terça-feira, 4 de junho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Ele transformará nosso corpo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1801. Por que rezamos pelos falecidos?
A Igreja católica sempre rezou pelos mortos. Os primeiros testemunhos estão nas catacumbas. Estas eram cemitérios subterrâneos. Há mais de 60 catacumbas em Roma com milhares de túmulos. Eram cavados na parede e, na lápide que o fechava, tinha inscrições e símbolos. As celebrações dos mortos, sempre foram muito queridas em toda a história da humanidade. Todos os povos criaram seus ritos e monumentos que significavam sua fé na continuação da vida da pessoa. Se nada mais existe, não há o que celebrar. A doutrina católica crê na ressurreição e na possibilidade e no poder da oração pelos mortos. Outros pensam diferente, mas temos nossa doutrina que vem desde os inícios do cristianismo. Não temos satisfação a dar a respeito de nossa fé. Podemos dar razões. A fé cristã é coerente com seus princípios fundamentais. A Santa Tradição, fundada da Escritura, como lemos no 2º Livros dos Macabeus 12,43-46, atesta a fé do povo judeu e dos cristãos: Numa batalha perdida Judas Macabeu viu amuletos pagãos nas vestes dos soldados mortos. Atribuiu a isso a causa de sua morte. Fez uma coleta e enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício pelo pecado. Lemos ali: “Ação justa e nobre, inspirada na sua crença na ressurreição... santo e piedoso pensamento, este de orar pelos mortos. Por isso ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados” (2Mc 12.43-46). Por isso em todas as missas temos oração pelos mortos celebramos a liturgia. A Eucaristia é um sacrifício reparador dos pecados, pois nela recebemos a salvação. 
1802.Para que rezamos 
Os cristãos deram aos ritos um sentido novo de respeito ao corpo na fé. Esse modo de agir é um testemunho claro da fé na ressurreição. A liturgia do dia de Finados é muito rica e variada. Há diversos esquemas de celebração. Nesse ano a liturgia ensina-nos que Jesus recebeu do Pai uma missão: “A vontade do Pai é que Eu não perca nenhuma daqueles que Ele me deu, mas os ressuscite no último dia” (Jo 6,39). Quem crê no Filho tem a vida eterna. Por que essa preocupação do Pai para conosco? Porque somos seus filhos amados, como nos escreve S. João (1Jo 3,1). E na Ressurreição seremos semelhantes a Ele, permanecendo para sempre. Será que não vai ter um cuidado especial conosco, mesmo depois que morrermos? Rezamos na oração da missa: “Concedei a vossos filhos e filhas superar a mortalidade desta vida e contemplar eternamente a vós, Criador e Redentor de todos”. Na oração pós-comunhão rezamos: “Derramai vossa misericórdia sobre vossos filhos e filhas falecidos. E aos que destes a graça do batismo, concedei-lhe a plenitude da vida eterna”. Na oração das oferendas: “colhei, ó Deus a nossa oferenda em favor de todos os que adormeceram no Cristo, para que, por este sacrifício, livres dos laços da morte, obtenham a vida eterna”. Pedimos sua purificação pois são filhos amados de Deus (1Jo 3,1). E Jesus não quer perder nenhuma das ovelhas do Pai, pois essa é sua missão. 
1803.Um grande banquete 
O Profeta Isaías explica a vida futura como um grande banquete preparado para todos depois da morte. Não vamos perder. Nosso sonho é contemplar a face de Deus para sempre. Podemos sentir saudades e até remorsos do mal que fizemos à pessoa que recordamos. Podemos, contudo, como Corpo de Cristo, rezar como meio de estar unidos aos falecidos e ajudar na sua purificação. S. Mônica, mãe de Santo Agostinho, em seus últimos momentos pediu: “Só vos peço que vos lembreis de mim no altar de Deus, onde quer que estiverdes”. Já era consciência do povo no poder purificador dos pecados dos falecidos. É bom não perder, um dia rezarão por nós.

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