quarta-feira, 12 de junho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “É hora de despertar”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Viver na esperança 
O Advento é tempo em que celebramos a vinda de Cristo. Não se trata somente de sua vinda no Natal, mas também de sua vinda no fim dos tempos. Com fé rezamos no Creio: “Ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos”. Essa vinda dá-nos a impressão de ser perigosa. Ele não virá para condenar, mas para dar a todos o prêmio. Virá de um momento para o outro. A palavra de Deus acentua não a gravidade do momento, mas o fato de ser uma vinda inesperada. Por isso somos convidados a estar sempre prontos. A partir do dia 17.12 celebramos sua vinda no Natal. Por ela participamos pessoalmente da redenção que Deus nos deu em seu Filho. Para essa segunda vinda vivemos um tempo não de angustiosa espera, mas de uma alegre esperança de encontrarmos o Senhor. Rezamos no Salmo: “Que alegria quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’” (Sl 121). O Cristo que vem como rezamos, nos estimula a “ter o ardente desejo de possuir o Reino celeste”. S. Paulo nos alerta: “Já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rm 13,11). A vinda inesperada é um estímulo a vivermos revestidos de Cristo (Rm 13,14ª). Revestir-se de Cristo é viver como Ele viveu sempre voltado para o Pai fazendo sua vontade. A vinda de Cristo já está cansando. Esta espera é para dar mais tempo de buscar o Senhor. Na oração pós-comunhão rezamos: “Fazei que os sacramentos nos ajudem a amar desde agora o que é dos Céus, e caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”. 
Advento é transformação 
O Advento que prepara a vinda do Senhor tanto no fim dos tempos, como no Natal é uma oportunidade de nos preocuparmos em transformar o mundo a partir de nosso coração. O profeta Isaias é atual e nos convida a ter a coragem de mudança radical: “Ele há de julgar as nações e argüir os povos; estes transformarão as espadas em arados e as lanças em foices; Não pegarão em armas e não mais travarão combates” (Is 2,4). Não adianta celebrar essa vinda, se não mudarmos também a situação tão distorcida da vontade de Jesus. É preciso preparar o homem para acolher o Senhor. Essa é a missão primeira dos cristãos. Por isso esperamos. Rezamos: “Concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino Celeste para que, acorrendo com nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos a sua direita na comunidade dos justos” (Oração). Vamos conseguir essa vitória quando começarmos a “amar o desde agora o que é do Céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam” (Pós comunhão).
Vamos à casa do Senhor. 
O salmo nos faz cantar com esperança: “Que alegria quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. O Pai nos abre o caminho da salvação (prefácio). Tudo é maravilhoso. Há, contudo o compromisso de uma vida coerente: Paulo nos convida a uma preparação eficiente viver honestamente. Na perspectiva da Vinda diz: “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; Despojemo-nos das ações das trevas e vistamo-nos das armas da luz... procedamos honestamente como em pleno dia” (Rm 3,12-13). É muito bom não perder de vista que o Senhor virá. Mas voltemos o pensamento e as atenções à sua vinda no Natal. A liturgia do Advento é rica. uma quaresma de abertura do coração para acolher Aquele que vem, seja nas nuvens, seja na palha do presépio. Ele sempre vai encher nosso coração.

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