quarta-feira, 12 de junho de 2019

EVANGELHO DO DIA 12 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 5,17-19. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II(1920-2005)papa 
Discurso na sinagoga de Roma, 13/4/1986 
«Não vim revogar, mas completar» 
A minha visita hoje [a esta sinagoga] pretende constituir um contributo decisivo para a consolidação dos laços que unem as nossas comunidades. [...] Dentre as múltiplas riquezas da declaração «Nostra Aetate», do II Concílio do Vaticano, [...] a primeira é a de que a Igreja de Cristo descobre os seus laços com o judaísmo sondando o seu próprio mistério («Nostra Aetate», 4). A religião judaica não nos é extrínseca, mas, de certo modo, intrínseca. Temos com ela um relacionamento que não temos com nenhuma outra religião. Sois os nossos irmãos preferidos e até, podemos dizê-lo, os nossos irmãos mais velhos. [...] O caminho que começámos a trilhar está ainda no início; será preciso ainda muito tempo [...] para que todas as formas de preconceito, mesmo que inconsciente, sejam suprimidas e, assim, [...] possamos mostrar o verdadeiro rosto do judaísmo, bem como o do cristianismo. [...] Desde o princípio que não é segredo para ninguém que a nossa divergência fundamental é a nossa adesão, como cristãos, à pessoa e ao ensino de Jesus de Nazaré, filho do vosso povo, do qual saiu igualmente a Virgem Maria, os Apóstolos, alicerces e colunas da Igreja (cf Gal 2,9), e a maioria dos membros das primeiras comunidades cristãs. [...] Outro tanto se diga das vias abertas à nossa colaboração, que, à luz da herança comum saída da Lei e dos Profetas, são diversas e importantes [...]: acima de tudo a colaboração em favor do homem [...], da sua dignidade, da sua liberdade, dos seus direitos, numa sociedade [...] onde reine a justiça e [...] prevaleça a paz, essa shalom desejada pelos legisladores, pelos profetas e pelos sábios de Israel. [...] Que desta visita, da concórdia e da serenidade que já conseguimos, nasça uma fonte fresca e benfazeja que nos ajude a sarar as feridas desta nossa cidade de Roma, como o rio que Ezequiel viu sair da porta leste do Templo de Jerusalém (Ez 47,1ss). Assim, conservar-nos-emos, de parte a parte, fiéis aos nossos compromissos mais sagrados, mas também a tudo o que nos une e aproxima mais profundamente: a fé em um só Deus, que ama o estrangeiro e faz justiça ao órfão e à viúva, ensinando-nos a amá-los e a socorrê-los (Dt 10,18; Lv 19,18.34). Foi precisamente do Senhor da Tora, aqui venerado, que os cristãos aprenderam essa vontade, a de Jesus, que levou às últimas consequências o amor por ela exigido.

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