quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Santa Fortunata de Baucina, Mártir – 14 de fevereiro

  Santa Fortunata não é mencionada no Martirológio Romano moderno, mas o seu nome constava das edições anteriores. Sabe-se que foi uma jovem convertida ao cristianismo, que viveu em Palestrina, próximo de Roma, em torno do ano 200 d.C.
     A jovem Fortunata foi capturada pelos guardas romanos quando se dirigia a Roma, onde foi torturada e martirizada no mês de outubro de 200 por causa de sua fé. Seu corpo, com um tecido embebido em seu sangue, foi encontrado nas Catacumbas de Santa Ciríaca de Roma, onde permaneceu, com toda probabilidade, até 1790.
     Em 29 de janeiro de 1790, o Cardeal Saverio Cristiani, assistente do trono papal, enviou as sagradas relíquias da Santa, contidas em uma caixa de madeira, para os habitantes de Baucina, com uma bula papal do Papa Pio VI.
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     O pároco de Baucina havia solicitado a transladação das relíquias da santa mártir para aquela cidade, devido a idênticos sonhos relatados pela Irmã Maria Celafani, superiora do Colégio de Maria de Baucina, e pelo Pe. Alfio Caruso, confessor daquele Colégio.
     Em ambos os sonhos, Santa Fortunata, com a aparência de uma adolescente, pedia ser transportada para a Sicília e ali venerada. Revelava também que no século XVIII haveria muitas conversões e deixou esta mensagem: “Vai haver uma virgem mártir venerada em Baucina”. Os detalhes do sonho da madre superiora permitiram deduzir que o corpo da jovem dos sonhos se tratava das relíquias de Santa Fortunata.
     É historicamente certo que a data da chegada do corpo de Santa Fortunata em Baucina é 14 de fevereiro (dia em que se comemora sua Festa Litúrgica) de 1790.
     E desde os primeiros dias da chegada de suas relíquias o povo de Baucina sentiu a grande intercessão da Santa mártir num primeiro milagre, seguido de muitos outros prodígios testemunhados pelos numerosos ex votos.
     Por volta de 1840 as relíquias foram recompostas no corpo que atualmente se pode ver e venerar na artística urna conservada na Igreja de Nossa Senhora da Lâmpada, no Colégio de Maria, em Baucina, fundada em 1728-1737.
     Para a reconstrução das relíquias, segundo foi mencionado por duas testemunhas, se supõe, mas sem ter a certeza, dois médicos de Baucina enfrentaram juntos a árdua tarefa “de restaurar o corpo de Santa Fortunata”, sendo que as datas mencionadas por ambas as testemunhas se referem ao período em torno de 1840.
     Para conhecermos a data da procissão de Santa Fortunata pela rua principal como padroeira de Baucina, contamos com uma resolução do Conselho da Cidade de Baucina em 9 de abril de 1870, quando ela foi proclamada Padroeira de Baucina, tendo já a cidade São Marcos como padroeiro principal. Em 1880, obteve-se da Sagrada Congregação dos Ritos a permissão para celebrar, no altar sagrado onde repousam os seus restos mortais, a Santa Missa solene em honra à mártir Santa Fortunata.
     Sua festa litúrgica é fixada em 14 de fevereiro, dia da chegada das relíquias em Baucina, enquanto a festa como padroeira é realizada no segundo domingo de setembro.
     A festa da padroeira e do culto da santa são promovidos pela Irmandade de Santa Fortunata, erguida em dezembro de 1968; como muitos outros eventos similares na Sicília, em uma procissão a urna contendo as relíquias da Santa é colocada em um precioso andor carregado pelos fiéis.
     Com a emigração de pessoas do sul da Itália, o culto desta Santa chegou à Grã-Bretanha, Toronto (Canadá), Valencia (Venezuela).
Milagres da época:
– Seu corpo, apesar de muito dilacerado pelo martírio estava incorrupto, mesmo após 1590 anos de sua morte.
– A reconstrução do corpo foi feita em 1840 pelo Dr. Bicolò, médico grego que por conhecer bem a anatomia humana se dispôs a fazê-la. Levou o corpo para sua casa (clínica), pois seria um trabalho delicado.  Constatou assim que iniciou a árdua tarefa que a artéria da pequena Fortunata continha sangue líquido, ficando assim mais difícil ser feita a reconstrução.
– Em 1980 o cavaleiro De Luca doou um terreno para a construção da Casa das Crianças e de Caridade Santa Fortunata, porque seu avô Dr. Joaquim De Luca, dos Barões de Termini Imerese, em 1840 recompôs o corpo da jovem.
     De acordo com o cavaleiro De Luca, a recomposição teria acontecido na casa da família De Luca Via Umberto I, no distrito de Baucina.
     Como pode ser constatado, havia também dois médicos reconstruindo seu corpo dilacerado, pois os dois testemunharam a reconstrução no mesmo ano. Isso é aceitável, visto que não deve ter sido nada fácil recompor um corpo faltando pedaços pelo martírio e que ainda sangravam como se tivesse acabado de acontecer sua morte.
     Ainda nos dias de hoje pode ser visitada na Igreja de Nossa Senhora da Lâmpada no Colégio de Maria, em Baucina. Lá constam os milagres atuais concedidos por essa virgem mártir que deu sua vida pela fé em Jesus Cristo.

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