terça-feira, 13 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Tua fé te salvou”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Curados de corpo e alma
               A liturgia da Palavra deste domingo nos dá a dimensão da fé que cura o homem todo. Temos a história de Naaman, o valoroso guerreiro que era leproso, e do samaritano que curado da lepra volta para agradecer. Dos 10 leprosos que foram curados, só o samaritano voltou. Só ele foi salvo. Jesus lhe diz: “Levanta-se e vai! Tua fé te salvou”! (Lc 7,19). Notamos que ser curado não basta para ter a salvação. Sabemos que muita gente ganhou milagres de Deus e não se converteu. Deus não nega o milagre. Mas a salvação depende do reconhecimento da ação de Deus em Cristo. Nós é que não sabemos aproveita-lo para nossa salvação. O agradecimento que Naaman apresenta e a atitude reconhecida do samaritano são a prova que o milagre foi maior que a cura: curou o coração, convertendo-o para Deus como diz o pagão Naaman: “Permite que teu servo leve daqui terra que dois jumentos possam carregar. Pois o teu servo já não oferecerá holocausto ou sacrifício a outros deuses, mas somente O Senhor” (2Rs 5,17). O reconhecimento se torna culto a Deus.  O outro leproso, “vendo-se curado voltou glorificando a Deus em alta voz; e atirando-se aos pés de Jesus com o rosto por terra, lhe agradeceu” (Lc 17,15). Aqui temos que repensar nosso relacionamento com Deus que, com toda gratuidade, nos beneficia, inclusive com milagres. E queremos pagar promessas a Deus achando que retribuímos ao que nos fez. Deus faz os milagres que pedimos. E em que modificamos nossa vida tornando-a culto a Deus? Na oração da Eucaristia de hoje nós pedimos que “nossas atividades sejam precedidas e acompanhadas com a graça de Deus para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer”.
Servidores de Deus
               Paulo indica a Timóteo que à gratuidade de Deus, dando-nos Jesus Cristo, deve corresponder uma dedicação total, mesmo no maior sofrimento. Sofrer por Cristo é a resposta a essa gratuidade e a garantia de nossa fé. Deus não quer o sofrimento por Cristo, mas o acolhe na união com o sacrifício de Cristo: “Se com Ele morrermos, com Ele viveremos. Se com Ele ficamos firmes, com Ele reinaremos” (2Tm2,11-12).  Eliseu tendo acolhido o general sírio, não fez estardalhaço com o milagre, mas na humildade mandou que se lavasse no rio Jordão. Não aceitou presentes porque sabia que era Deus quem agia. Não vendemos os dons de Deus no exercício do ministério e também ninguém compra Deus com ofertas, nem que sejam vultuosas. Todos fazemos nossa obrigação de abrir os caminhos para que todos possam chegar a Deus.
Eucaristia continuada
               Nossa vida será eucarística não quando ficamos diante do Santíssimo (o que já é muito bom), mas quando levamos pelo dia a fora o agradecimento a Deus por tudo o que nos faz e somos capazes de agradecer às pessoas pelo que nos fazem. Salário não paga o amor que uma pessoa dedica ao trabalho do emprego que lhe damos. Uma Eucaristia é bem celebrada quando assumimos suas dinâmicas em nossos relacionamentos. Por isso diziam dos primeiros cristãos: “Vede como se amam”. Não é sem razão que o culto cristão se chama Eucaristia, isto é, Ação de Graças. Damos graças a Deus oferecendo-lhe como resposta o próprio Filho em seu Sacrifício de entrega total pela humanidade. Em cada missa dizemos: “Deus graças ao Senhor Nosso Deus! É nosso dever e salvação”. Agradecer é tomar o caminho da Salvação.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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