quarta-feira, 12 de abril de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Na Fonte da Salvação”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA, REDENTORISTA
Uma fonte aberta
Festa do Sagrado Coração de Jesus! Já na Idade Média, encontramos esta devoção que vai se solidificar com as revelações que se deram em 1627  a S. Margarida M. Alacoque. Uma devoção também evolui na maneira de entendê-la e realizá-la. Lembramos o fervor das entronizações do quadro dos Sagrados Corações, a prática das primeiras sextas-feiras, as promessas, o Apostolado da Oração, as muitas congregações que tem o nome de Sagrado Coração, os santuários e tantas belezas mais. A devoção não se dirige a um membro do corpo de Cristo, mas ao amor que ele simboliza. É bom voltarmos a seus fundamentos que é a revelação do amor de Deus proclamado na Escritura e celebrado na liturgia. O amor de Deus por nós não é mérito nosso, como explica a leitura do Deuteronômio, mas iniciativa de Deus: “O Senhor se afeiçoou a vós e vos escolheu, não por serdes mais numerosos que os outros povos – na verdade sois o menor de todos – mas sim porque o Senhor vos amou e quis cumprir o juramento que fez a vossos pais” (Dt 7,7-8). Deus manifestou seu amor dando-nos Jesus: “Deus enviou o seu Filho único ao mundo para que tenhamos a vida por meio dele” (1Jo 4,8). Jesus revela a grandeza de seu amor exclamando: ‘Vinde a mim, vós todos que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso, pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve!” (Mt 11,28-30). Do seu lado aberto pela lança, jorrou sangue e água (Jo 19,34). Por isso rezamos na liturgia: “Possamos receber desta fonte de vida, uma torrente de graças” (oração). O profeta Isaías já predissera: “Bebereis com alegria das fontes da salvação” (Is 12,3). Esta fonte aberta é o próprio Jesus que afirma: “Aquele que bebe desta água nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der, tornar-se-á nele,uma fonte de água jorrando para a vida eterna” (Jo 4,14).
Ter o Coração de Jesus
            Não basta ter devoção. A verdadeira devoção sai do sentimento e passa à comunhão com Cristo que nos leva a fazer o que Ele fazia. “Aquele que diz que permanece nele, deve andar como Ele andou” (1Jo 2,6). O que mais aprendemos do coração de Jesus é sua misericórdia, como lemos na parábola da ovelha perdida e na sua compaixão pelo povo abandonado e deixado à sorte. Não fazemos favor a Deus amando-O. Nós fomos amados por primeiro (Jo 4,7-16). Jesus não teve medo de assumir o sofrimento e a fragilidade do povo. Uma devoção precisa assumir as atitudes que o Coração de Jesus lhe sugere, pois o amor de Deus foi derramado também em nossos corações (Rm 5,5).
Devoção que cura
Tendo os mesmos sentimentos de Cristo e de seu coração, temos a certeza que Cristo habita pela fé em nossos corações e estamos arraigados e fundados no amor (Ef. 3,17). A vida no amor de Cristo nos ensina a reconhecê-lo em nossos irmãos (or. pós-comunhão). Seremos curados de nossos males e alimentados pelo amor mútuo: “Amemo-nos porque o amor vem de Deus e todo aquele ama, nasce de Deus e conhece a Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor... Quem permanece no amor, permanece com Deus e Deus com nele” (1Jo 4,7-8.16). Nesta devoção não procuramos milagres, mas a fonte de todos os bens, o amor de Deus derramado em nós. Adoremos e louvemos o Coração de Jesus através de nossa vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário