terça-feira, 14 de junho de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Permanecei em meu amor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Instrumento de união
            Refletimos no domingo passado sobre a videira e os ramos. É uma comparação que Jesus usa para explicar o modo de união de vida com Ele e também o modo de perder esta Vida. Para ter a vida é preciso estar unido a Ele. “Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que tenhamos Vida por meio dele” (1Jo 4,9). A união se faz pelo dom da fé, que é crer em Jesus, e pela obediência aos mandamentos (que não são pesados). O mandamento fundamental é o amor. A vida divina que circula na Trindade Santa e, entre Jesus e os seus, é o amor. São João nos dá a maior definição de Deus: “Quem não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4,8). A Vida de Deus é o Amor. Nós temos esse amor pelo Espírito que nos foi dado. Tudo que se refere a Deus em nós, Jesus o faz pelo seu Espírito. O amor não isola, pois, é próprio do amor difundir-se. Amar não é só um esforço pessoal, mas acolhimento de um dinamismo. É um dinamismo de alegria: “Disse-vos isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo 15,11). Em Deus, a Alegria é o Espírito, presença de Deus que é Vida.
Amor abertura
            Amor oblativo que dá a vida em favor dos amigos, aqueles que se amam só para seu bem. O Amor de Deus não é uma conquista, mas um dom, como lemos na primeira carta de S.João: “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. Nisto consiste o amor: Não fomos nós que amamos a Deus , mas foi Ele que nos amou e enviou seu Filho...” (1Jo 4,9-10). O amor de abertura do Espírito se dá na casa de Cornélio que, pagão, recebe o mesmo Espírito que recebem os apóstolos, com as mesmas manifestações. Pedro afirma: “Deus não faz distinção de pessoas, pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, de qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,35-35). O amor de Deus é aberto a toda a humanidade e a todo Universo. Quando não amamos, pecamos, isto é, cortamos a seiva desde amor, pois isso morremos. Percebemos a importância de viver na “graça de Deus”, isto é, no amor. Muda-se o relacionamento com Deus: antes de fazermos coisas boas para adquirir méritos (isso é comércio), devemos acolher a seiva do Amor e fazê-la crescer no mundo. Quem assim não faz, arrisca-se de ter entendido nada de Deus.
O conhecimento pelo amor

            “Não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). “Os amigos são introduzidos no conhecimento misterioso, divino, de tudo o que Jesus escutou do Pai no colóquio eterno, vivido fielmente, porque o Desígnio vem até nós através do Filho” (T.Frederici). Mais que escravos, somos filhos. Entramos em num ensinamento magnífico da Igreja. Temos dois modos de conhecer a Deus: Pela inteligência estudando e aprendendo a doutrina e as verdades sobre Deus e, pelo Amor, no qual Deus nos instrui pelo amor para com Ele que é a Verdade. Temos o exemplo de tantos santos, como S. Catarina de Sena, analfabeta e explicava ao Papa a verdade, e como S. Geraldo que explicava teologia aos professores. Este é o conhecimento que tem o povo de Deus que não estudou.

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