segunda-feira, 27 de junho de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma mulher para hoje”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
1744. Beata Maria Celeste. 
Quando se ouve dizer que uma pessoa é beata, tem um sentido de carola, chata, metida a religiosa, mas, na terminologia da Igreja referente aos Santos, é uma das maiores expressões da vida da comunidade cristã. A Igreja católica reconhece que a vida dessa cristã foi heróica nos seus múltiplos relacionamentos na comunidade. Não elimina que tenha tido pecados, mas que teve força vencê-los com a graça de Deus. Sua vida foi analisada em tudo, foi comprovada sua virtude e demonstrada sua oração poderosa diante de Deus a ponto de se realizar um milagre por sua intercessão. O reconhecimento da santidade é feito pela Igreja mediante um longo processo. Após o milagre, o Papa dá autorização para que seja declarada beata, isto é, bem-aventurada. Ao fazer mais um milagre reconhecido, é colocada no catálogo dos santos, isto é, canonizada. Há muito mais gente que pode ser declarada santa. Os canonizados são colocados como modelos de vida cristã e humana. Beata Maria Celeste nasceu em 31.10.1696. Foi religiosa carmelita, depois fundou em Scala, na Itália, a Ordem do Santíssimo Redentor em 13.05.1731, a partir das revelações que recebeu. Estimulou S. Afonso a fundar a Congregação dos missionários redentoristas em 09.11.1732. Tendo sido expulsa de Scala por motivos da fragilidade e maldade de pessoas de sua convivência, estabeleceu-se em Foggia (Itália) onde estabeleceu a vida conforme a regra de vida escrita por ela. Ali se desenvolveu como escritora. Tinha como grande amigo, um jovem irmão leigo São Geraldo Majella, que era diretor espiritual de seu mosteiro. Marica Celeste morreu dia 14.09.1755. Seu corpo se conserva incorrupto. O processo de beatificação teve muitas dificuldades. 
1745. Cristo como centro 
Maria Celeste é ainda desconhecida e vai demorar a ter uma influência na Igreja porque sua doutrina está bem adiante do que se pensa hoje sobre vida espiritual e religiosa. Ela fala a partir de sua experiência com Jesus Cristo que se iniciou quando tinha apenas 5 anos. Cristo a educava lentamente para essa missão. O ponto fundamental de sua espiritualidade é a centralidade de Jesus Cristo em sua vida. Com Ele dialoga, não somente com palavras, mas com a vida. Sua vida é lentamente transformada em Cristo para que Ele possa transparecer. O fundamento da espiritualidade é o amor de Cristo como Vida. Esse amor é missionário. Quem O escolhe como centro torna-se uma Viva Memória de sua vida e suas ações. Cristo continua sua missão pelo mundo como quando andava como homem a caminho para o anúncio do Evangelho. Cada um que assume essa vida torna-se um retrato vivo de Cristo. Também a comunidade é presença de Cristo pelo amor fraterno que se vive.
  1746.Uma missão nova 
Essa beatificação traz muita alegria e muita esperança. A Ordem do Santíssimo Redentor, por ela fundada, é de clausura. Seu hábito é vermelho escuro, significa o amor que se vive. São 52 mosteiros no mundo, com mais de 400 religiosas. A Ordem está muito frágil em alguns países e crescendo em outros. Sua missão é viver na caridade e expandir-se no amor. Estão unidas aos missionários redentoristas pelo suporte dado à evangelização. A comunidade não é fechada em si, mas expande-se em abertura para que outros também busquem a Cristo no amor. Sendo Viva Memória do Redentor continuaremos sua vida e missão para a salvação e a construção de um mundo fundado no amor. A vida cristão não se faz só de atitudes boas e atos de piedade, mas é uma transformação em Cristo.

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