PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Manifestou-se
a testemunhas escolhidas
O
texto do evangelho é uma catequese sobre a ressurreição de Jesus para a
comunidade que vivia um momento de crise de fé. Maria Madalena e Pedro são símbolos
da dúvida e da incredulidade. Maria procura um corpo. Pedro não tinha
compreendido. Na casa de Cornélio Pedro já não tem dúvida: “E nós somos
testemunhas!”... “Nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou
dos mortos” (At 10,40-41). A Ressurreição
o traz vivo, pois se alimenta. Um espírito não come, diz Jesus. Pode ser
tocado, como o faz Tomé. Nossa fé se baseia na fé dos apóstolos que O viram. As “testemunhas escolhidas de antemão por Deus”
garantem nossa fé. Jesus mandou que anunciassem: “E mandou-nos pregar ao povo e
testemunhar que Deus O constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,42). A ressurreição se dá no primeiro dia
da semana, para nós, no domingo (domingo significa
dia do Senhor). É o primeiro dia da nova criação. O mundo é recriado. Os
panos que envolveram Jesus são testemunho de que ele esteve ali e ressuscitou.
Se tivesse sido roubado, os panos não estariam ali e nem em ordem. Ao dizer
dobrado, quer dizer murcho, como um invólucro que foi esvaziado sem ser aberto.
A comunidade, como Madalena, ainda caminhava na noite. Sem a fé não é possível
crer na Ressurreição. Buscamos provas da verdade. Mas que provas necessitamos
mais para nossa fé, depois da Ressurreição de Jesus? A Ressurreição traz uma
verdade fundamental: “Morrendo destruiu a morte, ressurgindo, deu-nos a vida” (prefácio). Participamos desta vida aceitado o
testemunho dos apóstolos e professando a fé. A comunidade vive também da fé. Ela
se reúne porque crê na Ressurreição Jesus. Deus nos deu este dia da
Ressurreição para que o vivamos na alegria. Sem a Ressurreição a comunidade não
se sustenta.
Passou
entre nós fazendo o bem
Lucas,
nos Atos dos Apóstolos, relata a abertura aos pagãos. Cristo vive para todos.
Pedro dá o testemunho sobre Jesus na casa de Cornélio, um pagão. Pedro
sintetiza o anúncio sobre Jesus começando do Batismo em que foi ungido por Deus
com o Espírito Santo e com poder; Ele andou por toda parte fazendo o bem; Os
judeus o mataram pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia,
concedendo-lhe manifestar-se às testemunhas escolhidas; Jesus mandou pregar ao
povo. Esta síntese é o anúncio que faziam os apóstolos. Chama a atenção a
atitude permanente de Jesus de fazer o bem. Nisto está a consistência de sua
vida, “pois Deus estava com Ele” (At.10,38).
Vida
nova escondida em Deus
A celebração do Mistério Pascal de Cristo não é só um
rito, mas um “compromisso solene de uma boa consciência para com Deus, pela
Ressurreição de Jesus Cristo” (1Pd 3,21). Quer dizer que envolve uma participação pessoal.
Rezamos: “Celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito,
ressuscitemos na luz da vida nova” (coleta). Participamos da Ressurreição pela celebração dos
sacramentos pascais. Deve haver um esforço: “Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos por alcançar as coisas do alto... Aspirai às coisas celestes e não
às coisas terrestres. Pois morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo
em Deus” (Cl 3,2-3). “Renovados
pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição” (Or. pós-comunhão).
Na Eucaristia há uma renovação: “É o Sacrifício pelo qual a vossa Igreja
renasce e se alimenta (Or. sobre as oferendas)”, “neste dia que o Senhor fez para nós”
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