quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

São Félix de Nola

S. Félix de Nola foi uma testemunha da mudança de época devida ao edito do imperador romano Constantino, em 313, que concedeu a liberdade de culto aos cristãos. Até então, os mártires que a comunidade cristã conservava na memória tinham dado a sua vida nas perseguições. Depois de 313, começou a pensar-se noutro tipo de dom radical da existência pelo Evangelho: o retiro do mundo. Por isso, os monges e eremitas tornaram-se os “modelos”. S. Félix é recordado como mártir, ainda que não tenha sido morto, e confessor (confessou publicamente a fé), mas também fez a experiência do deserto. Por isso, representava para a sua comunidade a síntese de todas as formas de santidade possíveis. Sofreu a tortura, e resistiu; libertado, retirou-se para um local isolado, e depois, regressado à cidade na sequência do edito, viveu como pobre até ao fim da vida. S. Félix nasceu em Nola, perto de Nápoles, no século III. Após a morte do pai, distribuiu quase todos os seus bens entre os pobres, e foi ordenado padre por Máximo, bispo de Nola. No ano de 250, quando irrompeu a perseguição do imperador Décio, o prelado fugiu para o deserto. Na impossibilidade de o encontrar, os perseguidores prenderam Félix, que foi torturado, acorrentado e lançado na prisão. A tradição conta que uma noite um anjo apareceu a Félix e ordenou-lhe que fosse ajudar Máximo. As correntes caíram, as portas do cárcere abriram-se e o santo foi capaz de levar alívio ao bispo, que estava na iminência de morrer. Com a morte de Máximo, Félix foi fervorosamente desejado como bispo, mas convenceu os cristãos a escolher um sacerdote mais velho. O que restava das propriedades de Félix foi confiscado na perseguição, e ele recusou-se a reavê-las. Para assegurar a subsistência, alugou uma porção de terreno, que cultivou com as próprias mãos. O que sobrava das colheitas dava aos pobres. Viveu até idade avançada. Faleceu a 14 de janeiro, dia em que é evocado, mas desconhece-se o ano em que morreu. O seu túmulo rapidamente ficou famoso pelos milagres que lhe eram atribuídos. S. Paulino, que se tornou bispo de Nola em 410, escreveu sobre S. Félix, e é hoje a principal fonte de informação. Os escritos do prelado continham conteúdos lendários, que cresceram com os anos. 

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