Celebramos
a festa da Santíssima Trindade. É o mistério mais profundo de nossa fé.
Impossível de compreender? Não! Nem impossível de compreender, muito menos de
viver. Todo mistério revelado é para nossa vida que foi manifestado. Não vamos compreender
tudo, pois nossa compreensão é finita e a Trindade é infinita. Contudo, nossa
compreensão não tem limites. Estaremos sempre compreendendo melhor. Saber, na
linguagem bíblica não é só um discurso racional, mas uma experiência na qual o Deus
se revela e nos faz conhecer quem é e o que nos oferece. E nós o acolhemos.
Todo mistério cristão se funde nessa realidade: Deus quis se comunicar conosco
e o fez através de seu Filho Jesus que nos deu o Espírito Santo para
participarmos da vida de Deus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu
o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3,16). O Filho revela o
Pai e nos mostra seu desejo: “Que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,17). A revelação de Deus tem como meta a
salvação. O que é Salvação? A humanidade afastou-se de Deus. Jesus veio redimir.
Mais que perdoar, a missão de Jesus foi de comunicar Vida: “Quem crê no Filho
tem a vida eterna” (Jo 3,36). A revelação
de Deus não se faz só por causa do pecado, mas porque Deus quis comunicar-se
conosco como Vida de nossa vida. Mais que pecado, trata-se de graça. Lembremos
a revelação que Deus faz a Moisés “Eu farei passar toda a minha bondade diante
de ti, e te proclamarei o meu nome Javé; e terei misericórdia de quem eu quiser
ter misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer” (Ex 33,19). S. João diz: “Nisto se manifestou o
amor de Deus entre nós: Deus enviou seu Filho Unigênito para que vivamos por
Ele” (1Jo 4,9).
Entrar em comunhão com Deus
A
vida nasce da comunhão com Deus. Comunhão não é somente receber a Hóstia Santa.
É levar adiante a vida que recebemos no Batismo e aprofundamos com os demais
sacramentos e com nosso dia-a-dia. Comungar é amar e saber acolher o amor.
Cantamos: “Onde há amor e caridade, Deus aí está!”. Essa expressão de amor se
estende ao outro. Englobamos com esse amor a realidade terrestre, a natureza,
pois ela fala de Deus. Por que gostamos tanto de S. Francisco? Porque tinha o
amor universal. Crescemos nesse amor. É uma experiência pessoal. Só saberemos
que amamos quando o serviço dos irmãos faz parte de nossa alegria de viver,
pois vivemos para Deus servindo o outro. “Se Deus assim nos amou, devemos nos amar
uns aos outros. Ninguém jamais contemplou a Deus. Se nos amarmos uns aos
outros, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito Quem não ama o
irmão, a quem vê, a Deus que não vê, não poderá amar (Jo 4,11.20)
A vós louvor e honra
Diante
de mistério tão sublime e que nos toca tão profundamente, até o silêncio é
louvor. O que podemos fazer diante da grandiosidade e da proximidade de tão
grande Deus? Podemos louvar: “A Vós, louvor, honra e glória eternamente. O
louvor nos liberta de nossa fragilidade e nos coloca em contato com sua
maravilha. Louvando, nós nos elevamos da terra e conosco elevamos o mundo.
Louvar é reconhecer o quanto necessitamos de Deus e o quanto nos comprometemos
em fazer do mundo um eterno reconhecimento de sua bondade e seu amor. Nós
estamos distantes de Deus, mas pelo louvor Ele penetra nossas vidas e o mundo
em que vivemos.
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