terça-feira, 15 de julho de 2014

INÁCIO DE AZEVEDO e companheiros mártires

Nossos irmãos e intercessores

Após ler sobre a vida do Beato Inácio de Azevedo e como se deu o martírio, devemos conhecer melhor os outros 39 mártires. Conhecer algo das suas vidas é importante para entendermos melhor a importância da oferta que fizeram a Deus. Não são uma multidão de anônimos, um número sem rosto, mas pessoas como nós, que lutaram para crescer na fé e na doação a Deus. Ao todo são 32 portugueses e 8 espanhóis. Vários desses beatos são venerados também nas suas cidades de origem. Deus abençoou os seus esforços e deu-lhes o grande dom do martírio. São Beatos do Brasil, e merecem a nossa veneração toda especial. É impossível não nos admirar com esses breves relatos, como o do Beato João Adauto, sobrinho do capitão da nau. Não era jesuíta, mas por causa de tão santa e arrebatadora amizade, já que não se apartava do grupo de missionários, vestiu-se como um deles na hora do martírio e apresentou-se para roubar o céu! Invejado rapazote! Vamos comparar suas vidas com as nossas, e a de tantas pessoas que conhecemos. Um dia nós também podemos ser um deles, já que mártires sempre existirão...
Eis, brevissimamente, alguns dos traços biográficos dos 39 companheiros de Inácio de Azevedo (informações extraídas de LEITE, Serafim, Novas Páginas da História do Brasil. p. 207-246):
Do grupo de 40 mártires jesuítas, dois eram Padres (Inácio e Diogo) e 38 eram Irmãos. Desses Irmãos, alguns eram estudantes (religiosos seminaristas que estudavam para serem padres), outros eram coadjutores (somente religiosos, não destinados à ordenação sacerdotal).
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Beato Diogo de Andrade, padre

Nascido em Pedrógão Grande, próximo a Leiria, Portugal, em 1531. Cuidava da fazenda da família; ouvia missa todos os dias e quis entrar para a Companhia pelo bom exemplo dos padres, para ajudá-los a "converter as almas à Fé de Cristo". Em Coimbra ocupou os afazeres humildes da casa, na cozinha, refeitório, portaria, etc. Depois de estudar latim e teologia moral, foi destinado ao Brasil e assim ordenado sacerdote, já com 38 ou 39 anos. A bordo da nau Santiago exercia o ofício de ministro, e foi um dos que animaram os marinheiros para a defesa da embarcação. Ferido na cabeça e a punhaladas, foi lançado vivo ao mar.

Beato Bento de Castro, irmão, estudante

Nascido em Vila de Chacim, de Trás-os-Montes, Portugal, em 1543, de família fidalga e rica. Estudando em Bragança e depois em Lisboa, aí entrou na Companhia em 1561, com quase 18 anos. Era estudante de filosofia em Coimbra quando o destinaram ao Brasil. Ficou extremamente feliz, pois desejava ser missionário e "morrer pela fé de Cristo". Embora ainda não fosse padre, exercia na nau Santiago o ofício de mestre de noviços e explicava a doutrina às pessoas da nau. Foi o primeiro a ser ferido com pelouros e punhaladas e lançado ao mar ainda vivo.

Beato Antônio Soares, irmão, estudante

Nascido em Trancoso, Portugal. Entrou na Companhia em 1565 como estudante, e ocupava-se dos ofícios comuns na casa durante a permanência em Val de Rosal. Foi ele quem deu a notícia de que a tão esperada nau Santiago havia chegado a Lisboa, vindo do Porto, em 8 de maio de 1570. Na nau Santiago ajudava os feridos e animava os combatentes. Crivado de punhaladas, foi lançado vivo ao mar.

Beato Manuel Álvares, irmão, coadjutor

Nascido em Estremoz, Portugal, em 1536, entrou na Companhia como Coadjutor, em Évora, em 1559. Era trabalhador do campo e guardava gado; contava que estava arando a terra certa vez, e sentiu o desejo de ser peregrino e nada ter por amor a Deus, fazendo parte de alguma ordem religiosa. Depois dessa inspiração de Deus, foi levado por um sacerdote à Companhia. Aprendeu a ler e pediu para ir ao Brasil. Na nau Santiago, durante o combate gritava animando os combatentes para que não se deixassem vencer pelos hereges, pois batalhavam pela fé. Foi lançado vivo ao mar.

Beato Francisco Álvares, irmão, coadjutor

Nascido em Covilhã, Portugal, em 1539. Entrou na Companhia em Évora com 25 anos de idade, e tinha o ofício de tecelão e cardador. Foi lançado vivo ao mar.

Beato Domingos Fernandes , irmão, estudante

Nascido em Vila de Borba, no Alentejo, Portugal, em 1551. Entrou na Companhia com 16 anos de idade em Évora. Ferido a punhaladas e lançado vivo ao mar.

Beato João Fernandes, de Braga, irmão, estudante

Nascido em Braga, Portugal, em 1547. Ingressou na Companhia em Coimbra em junho de 1569, com 22 anos. Foi lançado vivo ao mar.

Beato João Fernandes, de Lisboa, irmão, estudante

Nascido em Lisboa, Portugal, em 1551. Entrou na Companhia em Coimbra, em abril de 1568, com 17 anos, habilidoso para o estudo de letras. Foi vivo ao mar.

Beato Antônio Correia, irmão, estudante

Nascido no Porto, Portugal, em 1553. Entrou para a Ordem com 16 anos. Maltratado pelos hereges com os punhos de uma adaga e lançado vivo ao mar. Ao abrir-se o processo de canonização no Porto em 1628, muitos já lhe tinham devoção.

Beato Francisco de Magalhães, irmão, estudante

Nascido em Alcácer do Sal, Portugal, em 1549. Já estudante em Évora, entrou para a companhia com 19 anos, em 1568. Cantava admiravelmente e era dedicado colaborador de Pe. Inácio; ajudava na instrução religiosa dos marinheiros. Ao ser lançado vivo ao mar, disse aos hereges: "Ah! Irmãos, Deus vos perdoe isto que fazeis".

Beato Marcos Caldeira, irmão

Nascido em Vila da Feira, Portugal, em 1547. Entrou na Companhia em Évora, com 22 anos, como indiferente, isto é, para ser estudante ou coadjutor conforme se revelassem suas aptidões. Vivo ao mar.

Beato Amaro Vaz, irmão, coadjutor

Nascido em Benviver, distrito do Porto, Portugal, em 1553. Entrou para a Companhia com 16 anos e logo seguiu para Val de Rosal. Apunhalado e atirado vivo ao mar.

Beato João Maiorga, irmão, coadjutor

Nascido em 1533, em Saint-Jean Pied-de-Port, povoado da Gasconha, pertencente à França, mas que na época do seu nascimento era da Espanha. Quando Pe. Inácio passou por Valência voltando de Roma, ele foi um dos indicados para o Brasil, pois era pintor de profissão, arte que seria muito útil então ao nosso país. Deixou quadros em Saragoça. Em Val de Rosal ensinava pintura aos companheiros, e chegou a fazer duas ou três imagens de Nossa Senhora. Era um dos designados a animar os combatentes. Lançado vivo ao mar.

Beato Alonso de Baena, irmão, coadjutor

Nascido em Villatobas, Toledo, Espanha, em 1539. Estava terminando o noviciado, com 30 anos de idade, quando Pe. Inácio o levou para Portugal com destino ao Brasil. Tinha o ofício de ourives. Em janeiro de 1570 estava residindo no Colégio do Porto, e trabalhava na horta. Um dos designados para animar os combatente e curar os feridos. Após ser ele também ferido, foi lançado ao mar vivo.

Beato Esteban de Zuraire, irmão, coadjutor

Nascido em Biscaia, Espanha. Era bordador de ofício, e ocupava o posto de roupeiro no Colégio de Placência quando por aí passou o Pe. Inácio recrutando voluntários. Um dos escolhidos para animar os combates. Lançado vivo ao mar.

Beato Juan de San Martín, irmão, estudante

Nascido em Yuncos, Toledo, Espanha, em 1550. Estudava na Universidade de Alcalá e foi para Portugal com destino ao Brasil. Animava os combates. Lançado vivo ao mar.

Beato Juan de Zafra, irmão, coadjutor

Nascido em Jerez, Espanha. Aceito para o Brasil em Cuenca, entrou na Companhia em Évora, a 8 de fevereiro de 1570. Lançado vivo ao mar.

Beato Francisco Pérez Godói, irmão, estudante

Nascido em Torrijos, Espanha, em 1540. Bacharel em Cânones pela Universidade de Salamanca. Fez os Exercícios Espirituais e entrou na Ordem em abril de 1569. Foi com Pe. Inácio para Portugal, onde continuou o noviciado, já com 30 anos de idade. Era parente de Santa Teresa de Ávila. Muito estimado por todos, era também cantor e tocava harpa e outros instrumentos. Um dos escolhidos para animar os combates. Ferido a punhaladas e lançado vivo ao mar.

Beato Gregório Escribano, irmão, coadjutor

Nascido em Logroño, Espanha. Veio com Pe. Inácio para Portugal quando este passou pela Espanha. Lançado vivo ao mar.

Beato Fernán Sanchez, irmão, estudante

Nascido na Espanha, em Castela-a-Velha. Recebido em Salamanca por Pe. Inácio , com destino ao Brasil. Lançado ferido ao mar.

Beato Gonçalo Henriques, irmão, estudante

Nascido no Porto, Portugal. Era subdiácono ou diácono. Um dos que animavam os combates. Lançado ao mar, não se sabe se ainda vivo ou já morto.

Beato Álvaro Borralho, irmão, estudante

Nascido em Elvas, Alentejo, Portugal. Era excelente cantor. Embora tenha adoecido na Ilha da Madeira, quis seguir na nau Santiago. Lançado vivo ao mar.

Beato Pero Nunes, irmão, estudante

Nascido em Fronteira, Alentejo, Portugal. Lançado vivo ao mar.

Beato Manuel Rodrigues, irmão, estudante

Nascido em Alcochete, Portugal. Lançado vivo ao mar.

Beato Nicolau Diniz, irmão, estudante

Nascido em Bragança, Portugal, em 1553. Era de pele morena, tinha graça em representar, e entrou na Companhia em Val de rosal, com 17 anos. Lançado vivo ao mar.

Beato Luís Correia, irmão, estudante

Nascido em Évora, Portugal. Vivo ao mar.

Beato Diogo Mimoso, irmão, estudante

Nascido em Nisa, Portalegre, Portugal. Freqüentava o curso de filosofia na Universidade de Évora. Ofereceu-se para ir ao Brasil e foi recebido. Morto à lançada e jogado ao mar.

Beato Aleixo Delgado, irmão, estudante

Nascido em Elvas, Portugal, em 1555. Filho de um cego, a quem servia de guia. Como era pobre, entrou para o Colégio de Évora servindo e estudando ao mesmo tempo. Passando Pe. Inácio por Évora, admitiu-o na Companhia para ir para o Brasil, com apenas 14 anos de idade. Era bom cantor. Vivo ao mar.

Beato Brás Ribeiro, irmão, coadjutor

Nascido em Braga, Portugal, em 1546. Já estava na Companhia, no Porto, quando o Pe. Inácio o recebeu para o Brasil em janeiro de 1570, com 24 anos de idade. Os hereges o mataram com uma cutilada na cabeça enquanto estava ajoelhado rezando diante das relíquias, e morto foi lançado ao mar.

Beato Luís Rodrigues, irmão, estudante

Nascido em Évora, Portugal, em 1554. Entrou na Companhia enquanto cursava o ginásio, aos 16 anos, em 15 de janeiro de 1570. Continuou o noviciado em Val de Rosal e na nau do martírio. Depois da morte do Pe. Inácio exortava os colegas: "Irmãos, animemo-nos e ajudemo-nos do Credo, porque o sangue de Cristo não se há de perder". Ferido a punhaladas e lançado ainda vivo ao mar.

Beato André Gonçalves, irmão, estudante

Nascido em Viana de Alvito, Portugal. Havia estudado na Universidade de Évora. Foi recebido pelo Pe. Inácio diretamente para o Brasil. Depois de apunhalado, foi lançado ao mar.

Beato Gaspar Álvares, irmão

Nascido no Porto, Portugal. Quando a nau foi atacada pela armada dos huguenotes e atacada por balas de canhão, uma delas quase acertou Gaspar, que disse: "Oh! Prouvera a Deus que aquele pelouro me tivesse acertado e matado por amor de Deus". Ferido a punhaladas e lançado vivo ao mar.

Beato Manuel Fernandes, irmão, estudante

Nascido em Celorico, Portugal. Vivo ao mar.

Beato Manuel Pacheco, irmão, estudante

Nascido em Ceuta, cidade que à época pertencia a Portugal, ao norte do Marrocos. Um dos que animavam os combates. Lançado ao mar.

Beato Pedro Fontoura, irmão, coadjutor

Nascido em Braga, Portugal. Estando em oração diante das relíquias, um herege acutilou-o no rosto, cortando-lhe a língua; assim foi lançado ao mar.

Beato Antônio Fernandes, irmão, coadjutor

Nascido em Montemor-o-Nôvo, Portugal. Entrou na Companhia em janeiro de 1570; era muito bom carpinteiro e em Val de Rosal era o chefe de oficina. Lançado vivo ao mar.

Beato Simão da Costa, irmão, coadjutor

Nascido no Porto, Portugal. Como era noviço a pouco tempo e ainda não estava com o hábito, a veste religiosa, os hereges acharam que deveria ser algum pajem, pelo qual poderiam exigir algum resgate. Por isso não o mataram no dia 15, como fizeram com todos os demais. Foi interrogado no dia seguinte, e ao responder que era religioso como os outros, foi degolado. Foi o único que recebeu esse gênero de martírio, e no dia seguinte, 16 de julho de 1570.

Beato Simão Lopes, irmão, estudante

Nascido em Ourém, Portugal. Vivo ao mar.

Beato João Adauto

Natural de Entre Douro e Minho, Portugal. Sobrinho do capitão da nau Santiago, não era da Companhia, embora desejasse vir a sê-lo. Em toda a viagem andava com Pe. Inácio e os demais religiosos, e durante o combate vestiu um dos hábitos religiosos que tiraram dos jesuítas. Vendo que os irmãos se deixavam matar sem resistência, consentiu no mesmo. Lançado vivo ao mar.

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