Evangelho segundo S. Mateus 10,34-42.11,1.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não penseis que vim trazer a paz à
terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho do seu
pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra; de tal modo que os inimigos
do homem serão os seus familiares. Quem amar o pai ou a mãe mais do que a
mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é
digno de mim.
Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua
vida por causa de mim, há-de salvá-la.» «Quem vos recebe, a mim recebe; e
quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta por ele
ser profeta, receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo, por ele ser
justo, receberá recompensa de justo. E quem der de beber a um destes
pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu
discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.» Quando Jesus
acabou de dar estas instruções aos doze discípulos, partiu dali, a fim de ir
ensinar e pregar nas suas cidades.
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Eusébio de Cesareia (c. 265-340), bispo, teólogo, historiador
Sobre
a palavra do Senhor: «Não penseis que vim trazer a paz à Terra»; PG 24, 1176
«Quando lhes falo de paz, logo eles falam de guerra» (Sl
119,7)
Jesus veio «reconciliar todas as coisas,
pacificando com o sangue da sua cruz tanto as que estão na Terra como as que
estão no céu» (Col 1,20). Se isto é verdade, como compreenderemos nós o que o
próprio Salvador diz no Evangelho: «Não penseis que vim trazer a paz à Terra»?
[…] Acaso poderia a paz não trazer a paz?
Quando enviou o seu Filho,
o desígnio de Deus era salvar os homens. E a missão que devia cumprir era a de
estabelecer a paz no céu e na Terra. Então porque não há paz? Por causa da
fraqueza daqueles que não conseguiram receber o brilho da Luz verdadeira (cf Jo
1, 9-10). Cristo proclama a paz; é o que diz também o apóstolo Paulo: «Ele é a
nossa paz» (Ef 2,14); mas trata-se unicamente da paz daqueles que crêem e que O
recebem.
Certa filha fez-se crente, mas seu pai continua descrente
[…]: «que parte pode ter o fiel com o infiel?» (2Cor 6,15). Torna-se crente o
filho, mas o pai mantém-se incrédulo […]: onde a paz é proclamada, instala-se a
confusão […]. «Proclamo a paz, sim, mas a Terra não a recebe.» Não era este o
desígnio do semeador, que esperava o fruto da Terra.
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