quinta-feira, 24 de outubro de 2024

EVANGELHO DO DIA 24 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 12,49-53. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João de Ávila 
(1499-1569) 
Presbítero, doutor da Igreja 
Cartas de direção, 74 
Tenhamos o coração abrasado! 
Grande é a nossa miséria! Estamos tão longe de Deus e sofremos tão pouco com isso! Creio que a causa da nossa tibieza é a seguinte: enquanto não tivermos provado a Deus, não podemos saber o que é ter fome nem o que é estar saciado. É por isso que não temos fome dele e não nos fartamos das criaturas. O nosso coração está frio, dividido entre Deus e as coisas criadas, preguiçoso, sem força nem gosto pelas coisas de Deus. Ora, o Senhor não quer ter ao seu serviço almas mornas, mas corações acesos pelo fogo que Ele trouxe à terra e que quer ver arder (cf Lc 12,49). E, para que este fogo arda, deixou-Se consumir na cruz, e quis que recolhêssemos lenha dessa mesma cruz para nos aquecermos à sua chama e respondermos com amor ao seu imenso amor; porque é justo que sintamos uma doce chaga de amor ao ver que Ele não foi apenas ferido, mas morto por nosso amor. Sim, é justo que sejamos vítimas do amor daquele que, por amor, Se entregou a mãos cruéis. Se o fogo começa a arder dentro de nós, tenhamos o cuidado de o cobrir para que o vento não o apague. Escondamo-lo sob as cinzas da humildade e do silêncio, e ele não morrerá. Mas, sobretudo, aproximemo-nos do fogo que arde e inflama, isto é, Jesus Cristo Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Abramos a nossa alma, a boca do nosso desejo, e corramos a saciar a nossa sede nesta fonte da água viva.

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