sexta-feira, 18 de outubro de 2024

EVANGELHO DO DIA 18 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,1-9. 
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide. Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: "Paz a esta casa". E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: "Está perto de vós o Reino de Deus"». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo 
(345-407) 
Presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
3.ª homilia sobre a inscrição dos Atos dos Apóstolos; 
PG 51,87 
São Lucas, evangelista: «Resolvi expor-Vos por escrito» (1,3) 
A leitura das Sagradas Escrituras é um prado espiritual e um paraíso de delícias, bem mais agradável do que o Paraíso de outrora. Deus não plantou este paraíso na terra, mas nas almas dos fiéis; não o plantou no Éden nem no Oriente, num local específico (cf Gn 2,8), mas espalhou-o por todo o mundo, até aos confins da terra habitada. E, uma vez que compreendas que Ele espalhou as Sagradas Escrituras por toda a terra habitada, escuta o que diz o profeta: «O seu eco ressoa por toda a terra e as suas mensagens, até aos confins do universo» (Sl 18,5; cf Rom 10,18). Este paraíso também tem uma fonte, como o de outrora (cf Gn 2,6.10), fonte de onde nascem inúmeros rios. Quem o diz? O próprio Deus, que nos dá todos estes rios: «Do seio daquele que acredita em Mim correrão rios de água viva» (Jo 7,38). Esta fonte é incomparável, não apenas pela sua abundância, mas também pela sua natureza; com efeito, dela não jorram rios de água, mas os dons do Espírito. Esta fonte divide-se por todas as almas dos fiéis, mas nem por isso fica diminuída; divide-se, mas não se esgota. É inteira em nós e inteira em cada um: tais são, com efeito, os dons do Espírito. Queres saber qual é a abundância destes rios ? Queres saber a natureza destas águas? Em que é que elas são diferentes das águas deste mundo, porque são melhores e mais magníficas? Escuta novamente a Cristo, quando fala com a Samaritana, e compreenderás a abundância da fonte: «Porque a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo 4,14). Também queres conhecer a sua natureza? Utiliza-a! Na verdade, ela não é útil para a vida aqui na terra, mas para a vida eterna. Passemos, pois, o nosso tempo neste paraíso: somos convidados a beber desta nascente.
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