Era admirável a compaixão que Pedro, ainda criança, revelava pelos pobres. A miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, davam-lhe dinheiro para que ajudasse aos pobres. Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que recebia dos pais.Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres. A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que se alastrou pelo país). Após tomar parte nas cruzadas contra os hereges albigenses no sul da França, tornou-se o tutor do Rei James I de Aragon (1213-1276) e radicou-se em Barcelona.Nesta ocasião pode observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que também contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos. Em primeiro de agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra. Alem dos três votos necessários a um religioso os “mercedários” tinham ainda o quarto voto que era o de se trocar por um outro escravo preso, se fosse o caso. A não ser isto, as regras eram as mesmas da Ordem de Santo Agostinho.
São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve grande acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito. A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco. Grande desejo tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta. Pedro ficou preso por uns tempos na Argélia para servir como prisioneiro em lugar de um outro cristão e durante sua jornada para Granada e Valência conseguiu libertar das prisões mouras cerca de 400 cristãos cativos. Aposentando-se em 1249 devido a sua saúde, foi substituído como Prior da Ordem por William de Bars.
Diz ainda a tradição que ele teria tido uma visão de São Pedro, o apóstolo crucificado de cabeça para baixo. Partiu para a eternidade murmurando o salmo “O Senhor remiu seu povo”.
Pedro Nolasco morreu em 25 de dezembro de 1256 e foi canonizado em 1628 pelo Papa Urbano VIII.
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