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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
João Batista foi um homem forte. Ele mereceu de Jesus o maior elogio que alguém pudesse receber: “Entre os nascidos não há nenhum maior que João” (Mt 11,11). João tem consciência de sua missão e de seu lugar no Reino: Preparar a vinda do Messias (Mt 3,3). Ele a prepara pelo anúncio da conversão. Ele é um convertido, isto é, voltado para Deus e paraseu projeto de salvação. Por isso sabe que sua missão é pregar a conversão para preparar os caminhos do Senhor. Sabemos o que anunciamos, quando o vivemos. O melhor modo de anunciar é viver a Palavra que recebemos. A coerência dá crédito a nossa palavra. O povo viu nele um profeta. Já havia muito tempo que não aparecia um profeta. Sua vida dedicada fez dele um profeta e encheu de esperança o coração do povo que estava em ansiosa expectativa (Lc 3,15). Seu tempo estava vivendo um esvaziamento religioso e o povo já estava cansado daquele modo de viver a fé no Deus único. Ele veio trazer um alento ao povo e aumentou a esperança de tempos melhores, com a vinda do Messias. Cheio do Espírito Santo que recebera no ventre de sua mãe, ele se molda para realizar esta missão. Também ele vivia na expectativa e no desejo de ver chegar o Messias prometido. É modelo para o povo de Deus na vivência da Palavra, na coerência de vida e na coragem de chamar à conversão inclusive denunciando o rei Herodes de seus erros. Apesar de tocado, o rei gostava de ouví-lo (Mc 6,20) . Ele pregava a todas as classes sociais que o procuravam. Encaminhava para o bem. Nós preferimos dizer que tudo está certo. Não é a melhor ajuda que damos às pessoas dizer que o errado está certo.
Um modo novo de anunciar
O modo novo de João anunciar a Palavra de Deus era jogar a esperança para frente e não ficar repetindo textos ou fazendo teorias espirituais. Apoia-se na verdade que crê e vive. Por que a pregação de João deu tanto fruto? João não fez milagre algum, mas tudo o que disse sobre este era verdade (Jo 10,41). Por isso podemos ver que não foram poucas palavras de João sobre Jesus. Era um pregador do Messias prometido. Tendo conhecido Jesus no batismo tornou-se já repleto dele. Somente depois que estivermos repletos de Jesus é que podemos anunciá-lo. Podemos ver como indica aos discípulos Jesus e sua missão: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Esta palavra cordeiro está ligada à palavra Servo, no sentido anunciado por Isaias (Is 53,7.12). O anúncio feito por João tem força porque é completo: fala de Jesus, o Messias e indica-o com sua vida.
O que faz o homem forte
João impressiona por sua apresentação rústica, curtida no deserto. Assim o descreve Lucas: “E o menino crescia e se fortalecia em espírito. E habitava os desertos, até o dia em quase manifestou a Israel” (Lc 1,80). A solidão do deserto o curtiu na força do Espírito Santo. E ao era uma ausente, pois conhecia os problemas do rei. João ensinou seus discípulos a rezar (Lc 11,1). O contato com Deus é a primeira pregação. A palavra de João nascia de seu contato com Deus na solidão do deserto. Se quisermos homens e mulheres fortes para a renovação da Igreja e do mundo, temos que procurá-los não num deserto distante, mas pessoas inteiras que sabem fazer o deserto interior e de ter grande diálogo com Deus na oração. Despojados, vivendo o único necessário (Mt 3,4) tendo Jesus como centro: “É necessário que ele cresça e eu diminua” (Jo. 3,30). Assim suas palavras terão vida.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2012
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