Isabel, rainha de Portugal, nasceu em 1271, filha de Pedro III de Aragão e de Constança, filha de Manfredi, rei da Sicília e sobrinha do imperador Frederico II.
No batismo recebeu o nome de Isabel para honrar a memória de sua grande tia, Santa Isabel da Hungria, canonizada quarenta anos antes por Gregório IX em 1235. Casou-se com o jovem rei Dom Dinis, o qual posteriormente se tornou o fundador da primeira faculdade portuguesa e o grande impulsionador da agricultura em Portugal na época, razão pela qual lhe deram o cognome de Dom Dinis “O Agricultor”!!!
Os portugueses acolheram com entusiasmo a sua soberana e não foram decepcionados pela jovem simples e austera em sua vida privada, grande benfeitora de seus próprios súditos. Deu a seu marido dois filhos: Afonso, o herdeiro do trono, e a princesa Constância. Porém, Dom Dinis não soube ser digno daquela esposa devota e afetuosa, que alternava com os deveres familiares, sacrifícios e rigores voluntários quase monásticos. Ele preferiu outras mulheres e outras aventuras. Isabel, digna no sofrimento, ocultou sua própria amargura sem provocar escândalo. Rezou secretamente pela conversão do esposo, e com igual afeto, ao lado de seus filhos, educou também outros que não eram seus. O marido, despreocupado de seus deveres, começou a suspeitar da fidelidade de sua mulher. Um cortesão maldoso ativou o fogo do ciúme, atribuindo à rainha uma caluniosa relação com um pajem. Em seguida, várias circunstâncias induziram Dinis a considerar as coisas com maior serenidade e a reconhecer a absoluta inocência de Isabel.
A nova fonte de amargura para a santa rainha foi a disputa entre o seu marido Dinis e Afonso, o herdeiro do trono. Ela procurou reconciliar os dois inimigos entre si.
Finalmente foi desterrada, por suspeitas de conjurar contra o rei. Depois da morte de seu esposo e de sua filha, Isabel renunciou ao mundo e à sua condição régia. Vestiu o hábito da Terceira Ordem Franciscana e partiu em peregrinação para Santiago de Compostela.
Distribuiu suas riquezas entre os necessitados e teria entrado no mosteiro das Clarissas fundado por ela em Coimbra, se não houvessem aconselhado para que permanecesse no mundo para prosseguir suas boa obras. Viveu junto ao mosteiro levando o hábito das filhas de Santa Clara e dedicando-se às obras de piedade e caridade.
Outra guerra constante foi entre o seu filho e o neto que a obrigou novamente a uma dolorosa peregrinação, até deter-se definitivamente em Estremoz, precisamente no lugar onde Dinis, rei de Portugal, muitos anos antes, havia lhe pedido por esposa.
Ao morrer, afirmou ver uma belíssima senhora, que se aproximava radiante com vestes brancas, a Imaculada Conceição, a quem a santa havia dedicado uma Igreja em Lisboa, cinco séculos antes da definição dogmática do privilégio mariano.
Morreu em 4 de julho de 1336, aos 65 anos de idade.
Canonizada por Urbano VIII em 25 de maio de 1625.
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