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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
Cristo é o modelo acabado do homem e da mulher. Viveu em tudo a condição humana, “pois passou pelas mesmas provações que nós, exceto a do pecado” (Hb 4.,15). Nele brilhava a normalidade da vida em seu esplendor. Dele sabemos que foi sempre paciente e bondoso para com os pobres. Mas enfrentava com força os orgulhosos que se opunham a Ele por dizer a verdade. Ele não recusou ninguém, mas foi firme contra as ideologias de orgulho e de morte que reinavam. Mas aceitava quando um dos inimigos dizia a verdade: “Não estás longe do Reino de Deus” diz ao doutor da lei (Mc 12,34). Conversou com Nicodemos com franqueza e educação. Este se abre a sua palavra, pois lhe era dita com autenticidade (Jo 3,1-21). Eles reconhecem: “Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus (Mc 12,34). Sua franqueza é prova de amor já que se trata daquela verdade que é amor (Pe.Häring). No caminho da transmissão da verdade encontramos esta frase: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Na verdade encontramos a plena liberdade. Por isso Jesus a transmite, sem rodeios. O que nos faz verdadeiros é a consciência de estar unidos à verdade que é Cristo. Ele diz de si: “Eu sou a verdade” (Jo 14,6). Jesus pagou por sua franqueza. Quem segue o mesmo caminho, continuará com Ele no caminho do Calvário. A nos colocará em contradição com os interesses de tantos. Quando acolhemos a verdade do adversário, estamos valorizando nele, as riquezas de Deus. Ninguém será sempre totalmente errado. Todos estamos em processo de crescimento. É bom mostrar os caminhos sem ferir os pés dos viandantes. Era a sabedoria de Jesus e será também a nossa.
Fraqueza que é falsa
‘Eu sou sincero!’. A sinceridade não será franqueza se for agressiva contra a pessoa. Será o vício da grosseria. Será falsa franqueza quando colocamos nossa verdade, sem a verdade do amor. Tudo tem hora e lugar. Tudo pode ser dito, desde que seja dito com respeito à pessoa e evitando fazer de nossa verdade, humilhação. Podemos lembrar a virtude da serenidade. O que humilha mostra a fragilidade de nossa verdade. A franqueza promove. Ela é virtude e, como tal, está relacionada com Deus que quer que todos tenham vida. No sistema da sociedade de concorrências, vemos com facilidade como superiores oprimem inferiores que devem suportar para não perder o benefício. Isso é um retrato da degradação do homem que usa da posição para oprimir. Franqueza para interesse próprio desfigura o ser humano. Acolher a franqueza é principio de sabedoria.
Franqueza conosco mesmos
A virtude da franqueza ensina-nos a conhecer nossa verdade. É preciso saber julgar-se diante da verdade, reconhecendo as próprias debilidades e o próprio erro. Abrir-se com serenidade à franqueza da verdade é educativo. Dentro da Igreja, há necessidade da busca da Verdade e não se deixar se envolver por ideologias que se disfarçam em formas religiosas. Isso é crime contra a verdade do Evangelho. Ser francos é caminho para a pureza do Evangelho. A Igreja não pode escamotear a verdade, mas dizê-la com franqueza e educação, sem condenar, mas corrigir. Sou seu maior inimigo se não lhe mostro o caminho que leva ao mal. Franqueza é propor a verdade e não impor com a violência.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM MARÇO DE 2009
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