Evangelho segundo São Lucas 5,17-26.
Certo dia, enquanto Jesus ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores da Lei, que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e Ele tinha o poder do Senhor para operar curas.
Apareceram então uns homens, trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus.
Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre, deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados».
Os escribas e fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias? Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
Mas Jesus, que lia nos seus pensamentos, tomou a palavra e disse-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações?
Que é mais fácil dizer: "Os teus pecados estão perdoados" ou "Levanta-te e anda"?
Pois bem, para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, Eu te ordeno», disse Ele ao paralítico, «levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa».
Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em que estivera deitado e foi para casa, dando glória a Deus.
Ficaram todos muito admirados e davam glória a Deus; e, cheios de temor, diziam: «Hoje vimos maravilhas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Sobre o Eclesiastes,
livro 10, 2; PG 98, 1138
«Hoje vimos maravilhas»
A luz é suave e é bom contemplar o Sol com os olhos de carne; era por isso que já Moisés dizia: «Deus viu que a luz era boa» (Gn 1,4).
Mas também é bom pensar na luz grande, verdadeira e indefectível, «que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9), isto é, em Cristo, o Salvador do mundo e seu libertador. Com efeito, depois de Se ter revelado ao olhar dos profetas, Ele fez-Se homem e penetrou até às últimas profundezas da condição humana. É a Ele que se refere o profeta David ao dizer: «Louvai a Deus, cantai salmos ao seu nome, abri caminho Àquele que cavalga sobre as nuvens; o seu nome é Senhor! Exultai na sua presença» (Sl 68,5). E Isaías proclama: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam numa terra de sombras uma luz brilhou» (9,1).
Assim, pois, a luz do Sol, vista com os olhos de carne, anuncia o Sol espiritual da justiça (cf Mal 3,20), o mais suave que alguma vez Se elevou, àqueles que tiveram a felicidade de ser instruídos por Ele e de O ver com os olhos de carne enquanto Ele permanecia entre os homens, como um homem vulgar. E, no entanto, Ele não era apenas um homem vulgar, uma vez que era verdadeiro Deus, capaz de dar vista aos cegos, de fazer andar os coxos e ouvir os surdos, de purificar os leprosos e de trazer os mortos à vida com uma simples palavra (cf Lc 7,22).
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