Se não vos converterdes
A meta da Quaresma é conduzir para a celebração da Ressurreição do Senhor. Como sacramento memorial, a Páscoa acontece para nós e em nós. A Páscoa é eterna. Quando celebramos, é para mais profundamente acolher esse mistério em nossa vida. A liturgia de hoje quer nos mostrar a ação de Deus por nós manifestando-se a Moisés como primeiro passo do caminho da Páscoa. Jesus acena para algo importante que é necessidade da conversão que acontece quando nos convertemos. Converter-se não é algo puramente interior, mas é “produzir frutos”. A parábola oferece também a misericórdia de Deus que espera contando com nossa fragilidade: “Senhor, deixa a figueira ainda esse ano. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der então tu a cortarás” (Lc 13,8-9). Paulo chama a atenção dos coríntios dizendo que não têm direitos adquiridos e podem fazer o que quiserem. Os judeus receberam tantas maravilhas e milagres em sua libertação, na passagem do Mar Vermelho, o maná, a água da rocha e tantas belezas a mais. No entanto quase todos morreram no deserto. Insiste: “Não murmureis como muitos deles murmuraram e por isso foram mortos pelo anjo exterminador” (1Cor 10,1ss). Paulo chama a viver intensamente e não descuidar nunca da conversão permanente: “Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair” (Id 12). A Páscoa não se reduz a uma celebração, mas é um colocar em prática a vida cristã. Converter-se é produzir frutos
Caminho de libertação
A maravilhosa história do Êxodo, não é só uma narrativa heroica das maravilhas feitas por Deus. É o caminho da Páscoa. Deus começa sempre longe para conduzir a uma realização maior. Vemos como Deus conduziu José ao Egito e o levou ao fundo do calabouço. Dali o tira com os dons que lhe deu. José salva sua família. E reconhece a ação de Deus. Depois de 400 anos, novamente, um menino jogado no rio Nilo e que se torna um refugiado, é escolhido por Deus para receber o grande presente de Deus para o povo: A libertação. Moisés, um simples pastor, trabalhando para o sogro, tem o maravilhoso encontro com Deus e recebe dele a missão de libertar. Que garantia? O nome de Deus é a garantia. Ele é a garantia de toda a libertação: “E Sou Aquele que Sou”. Eu existo e existir é ser para os outros. Deus envia Moisés para libertar. Não sabia nem falar... Moisés era a palavra e Aarão seu profeta. Conhecer o nome de Deus é conhecer os caminhos de libertação. O processo quaresmal se encerra com a libertação no Mistério Pascal de Cristo que chega a nós através das águas do Batismo. A vida do batizado é produzir frutos.
Assumir pessoalmente
Jesus é um empresário que quer produção, quer resultados na vida. Vivemos um cristianismo amorfo e morto. Não tem forma nem vida. Jesus foi à figueira. De onde vem o fruto? Da árvore viva. O arbusto onde Deus se manifestou poderia não ter muita vida num lugar deserto, mas a vida de Deus se manifestou. Moisés assumiu a missão e enfrentou a grandeza do faraó e tirou o povo do Egito. Não é preciso preocupar-se de como foi na verdade, mas que foi a verdade: Deus salvou o seu povo. Essa salvação nos chegou através de Jesus que veio em nome do Pai. E praticou uma libertação muito maior. Unidos na força do Batismo em nós podemos levar adiante essa libertação.
Leituras:Êxodo 3,1-8ª.13-15;Salmo 102;
1Coríntios10,1-6.10.12;Lucas13,1-9.
1. Quando celebramos, é para mais profundamente acolher esse mistério em nossa vida.
2. Conhecer o nome de Deus é conhecer os caminhos de libertação.
3. Jesus é um empresário que quer produção, quer resultados na vida.
Bananeira sem cacho
Fui buscar fruta e não encontrei. Árvore sem fruto é corpo sem vida. Que delícia quando encontramos as plantas carregadas de fruto. Quanta riqueza aos olhos e quanto apetite. Como Deus é bom na sua criação. Que abundância.
Por isso os evangelhos sempre trazem essas comparações. Tudo que toca o estômago interessa. Deus, quando vem ao nosso jardim, espera sentir esses prazeres. Mas deve ser entristecedor, quando nos vê esturricados. É tempo de produzir frutos.
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