Na lista elaborada dos mandamentos aparece a recomendação de não se usar o nome de Deus em vão. Se por um lado devemos invocar Jesus, o Pai, o Espírito Santo, por outro lado também não se pode aprovar o exagero e o abuso com o nome de Deus.
Rezamos, invocamos o nome de Jesus nas dificuldades e nos problemas, nas orações espontâneas, em momentos especiais, certos de podermos contar com a força da presença de Deus em meio aos conflitos e confiados na misericórdia do Pai que não nos
abandona.
O que é lamentável são os abusos que começam com expressões como: Jesus tem poder, Jesus cura, em nome de Jesus — usadas sem critério e em qualquer situação.
Sabemos que há pessoas portadoras de desequilíbrios, deficiências mentais, descontroles afetivos e emocionais, pessoas histéricas que produzem fenômenos, esquisitices, desmaios, espumações com saliva, mudança de voz e outras cenas deploráveis. Em cima delas vai uma legião de curandeiros, que receberam por conta própria o poder de Deus para resolver esses casos “em nome de Jesus”. Há cenas ridículas que depõem contra o sagrado.
Como podemos falar de católicos, frequentadores de grupos de vivência religiosa, que ficam enchendo a cabeça das pessoas dizendo que elas estão com espírito, mau olhado, macumba, e precisam libertar-se e se libertar até de pecados que seus pais cometeram?
Essas pessoas não são católicas, porque essa não é a doutrina da Igreja. Em segundo lugar, quem procura isso deve sofrer muito, porque abandonou a fé, a capacidade de refletir e se deixou confundir por pessoas sem conhecimento ou autoridade para isso.
O que impressiona é que essas pessoas assumem o pretenso dom de Deus, tornam-se “curadores”, tiradores de demônio, intercessores, sem que ninguém lhes tenha dado esse ministério. E parece que o povo gosta dessa confusão.
Acho isso tudo uma desavergonhada e sacrílega manipulação do nome de Deus. Ser Igreja é uma realidade bem diferente disso, é uma participação discreta, equilibrada, uma comunhão santificadora e transformadora. Não tem nada de sensacionalismo escandaloso que favorece a promoção pessoal dos que querem aparecer como escolhidos de Deus. Para todos esses, lembramos a Palavra: “Não pronuncieis o nome de Deus em vão”.
Está na hora de os católicos aprenderem a discernir, o que é esquisito não vem de Deus. Deixem esse povo fazer seus “milagres”, procurem algo mais sólido e seguro mantendo a firmeza da fé.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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