Convertei-vos!
O povo de Deus está sempre a caminho, buscando uma pátria. Os grandes guias sempre alertam para sair dos maus caminhos e buscar o Senhor. Abraão se fez peregrino por diversos lugares. O povo que saiu do Egito vagou, sob a direção de Moisés que caminhava “como visse o invisível” (Hb 11,27). Guiado pela presença de Deus buscava a terra prometida. Entre erros e acertos, o povo era guiado por juízes e profetas que sempre buscavam servir a Deus. A conversão era o refrão das pregações dos profetas: “Deixem o mau caminho! Estão sofrendo, diziam, porque pegaram caminhos errados. Haverá fartura se voltarem o coração para Deus”. O profeta Jonas é citado como exemplo dessa profecia. Como houve uma conversão concreta das obras más, o castigo foi afastado (Jn 5,5.10). Jesus inicia seu ministério com o convite à conversão. O que Deus tinha que fazer para preparar o povo já se completara: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15). A proximidade do Reino de Deus é a vida nova que Cristo nos traz com seu Evangelho. Mudam-se os caminhos. Exige-se uma conversão que vá ao fundo do coração. Não somente em atitudes exteriores, mas na nova orientação da vida. Por isso Paulo escreve: “Para mim Viver é Cristo” (Fl 1,21). A conversão é um processo permanente. Sempre temos caminhos novos para encontrar o melhor modo de servir ao Evangelho.
Mostrai vossos caminhos!
Para levar adiante essa obra de conversão, não depende somente de nós. Pedimos a Deus que nos instrua: “Mostrai-me, Senhor, vossos caminhos, e fazei-nos conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação” (Sl 24). Podemos invocar a Deus porque conhecemos sua piedade e retidão. Ele conduz ao bom caminho os pecadores. O salmista chega a pedir que Deus se lembre de sua bondade e de sua ternura que são eternas. Para levar adiante essa obra de anúncio do tempo novo, Jesus chama a si os apóstolos: “Passando à beira do mar viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: “Segui-me e farei de vós, pescadores de homens!”(Mc 1,16). E chama os outros apóstolos. A resposta do evangelizador tem que ser total e imediata. O Reino se aceita por inteiro e imediatamente, pois há pressa em levar adiante essa obra de instauração de um Reino que tem dimensão de eternidade. Note-se que Jesus não tira os convidados do cotidiano de suas vidas, muda somente o conteúdo. Serão pescadores de homens. Podemos até pensar que o Reino não nos tira da realidade, mas dá a ela um novo conteúdo. Tudo em nós é convertido. Mudamos os caminhos, mas continuamos sendo nós mesmos. É a riqueza da fé cristã. Não se engessa em teorias ou ideologias. Mas põe um novo dinamismo.
O tempo está abreviado
Nosso tempo de conversão é urgente. O Reino não pode ser impedido pelas coisas da vida, de tal modo que elas se tornem mais importantes que a finalidade da vida. Vivemos do desnecessário e do inútil. Podemos fazer tudo e de tudo, mas “como se essas coisas não existissem e nós não possuíssemos nada. E os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando (1Cor 7,29-31). Jesus nos ensina a ter e não ter, e a ser e não ser: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis com o dia de amanhã... Pois, ele se preocupará consigo mesmo ” (Mt 6,33). Não perdemos, só ganhamos em intensidade.
Leituras: Jonas 3,1-5.10;Salmo 24;
1 Coríntios 7,29-31; Marcos 1,14-20.
1. A proximidade o Reino de Deus é a vida nova que Cristo nos traz com seu Evangelho.
2. Jesus não tira os convidados do cotidiano de suas vidas, somente muda o conteúdo.
3. Jesus nos ensina a ter e não ter, a ser e não ser.
Sem desemprego
Jesus começou a buscar gente para trabalhar com Ele e para Ele. Inicialmente era um grupo de doze. Doze significa plenitude. Depois se juntaram tantos outros que encontraram lugar junto aos doze e continuaram seu trabalho e missão.
Ser chamado por Jesus é encontrar um emprego muito bom. Não tem aposentadoria, não tem hora de começar ou terminar. O pagamento não é organizado. Tem hora que recebe muito. Tem hora que não tem nada. Mas, tem gente querendo continuar e aumentar as vagas. Não vai faltar serviço. Enquanto existir um só homem na terra, haverá serviço. A empresa é boa e já comprovou.
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