sexta-feira, 18 de setembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Bendito o que vem em nome do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADOS
45 ANOS SACERDOTE
A liturgia deste domingo tem duas manifestações diferentes: a primeira é a alegria da procissão de Ramos e a segunda é a séria missa de Quaresma. Abrem-se para nós a comemoração dos dias em que o Senhor se entregou à morte. 
A densidade de ensinamentos destes dias é muito grande. Jerusalém estava cheia de gente que veio para a festa da Páscoa, festa da libertação da escravidão do Egito e festa de toda a salvação que Deus oferecera ao povo. Jesus vem à festa e faz o ingresso triunfal, como o rei prometido, como diz o Profeta Zacarias: “Exulta! Solta gritos de alegria Jerusalém, eis que o teu rei vem a ti, ele é justo e vitorioso, humilde montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta" (Za 9,9). Ele é o grande rei, descendente de Davi, o Messias esperado. E o povo entendeu. O povo o acolheu. Depois os chefes o recusarão e matarão. Esta é a primeira parte da celebração. 
Na segunda parte ouvimos a narrativa de Isaías sobre o servo sofredor. Ele sofre, mas não perde sua confiança em Deus e está pronto a aprender Dele através do sofrimento que passa. Continuando a conhecer Jesus, S.Paulo mostra-nos o caminho de nossa salvação que percorre Jesus: faz-se humilde, servo, toma a forma humana e em tudo se faz como um de nós. Faz-se obediente, como se diz em Isaías. Obediente quer dizer aquele que tem os ouvidos abertos para saber o que Deus quer e seguir seus caminhos. Pelo seu sofrimento é ouvido por Deus e glorificado. Mas Jesus já não está glorificado ao lado do Pai? Sim, mas agora é glorificada nossa humanidade assumida por Ele na condição de fragilidade para restaurá-la e glorificá-la com Ele.
Nesta missa temos a leitura da Paixão de Jesus. Ler a Paixão significa aprender, recordar e viver melhor. Não podemos perder de vista a história e os acontecimentos de Nossa Redenção. Proclamar o acontecimento é fazê-lo vivo entre nós e fazer-nos participantes dos frutos deste mistério. É importante contar os fatos acontecidos. 
Vivemos num mundo que pode ser chamado de ateu, descrente. Os cristãos não ficam atrás. Fazemos um cristianismo a nossa imagem e com a mentalidade do mundo, avessa ao evangelho. A renovação anual da celebração pascal quer trazer à nossa memória o que Deus fez por nós em Cristo. É fundamental que isso se concretize, pois lembrando os fatos, nós podemos retomar a estrada. Sempre as escrituras nos dizem de lembrar as maravilhas que Deus fez. Assim nós nos voltamos para Ele e renovamos nosso coração. Somente uma sugestão: Vamos à procissão de ramos e levamos os ramos para casa. Este gesto simpático significa tomar um atitude de comprometimento com Cristo de ser de seu reino e ser dele. 
Leituras: Mateus 21,1-11; Isaias, 50,4-7; 
Filipenses 2,6-11; Mateus 27,11-54) 
Homilia do Domingo de Ramos 
 (22 DE MARÇO DE 2002)

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