domingo, 20 de outubro de 2019

Homilia do 29º Domingo Comum (20.10.19)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
“Deus não se faz esperar” 
Os gritos dos pobres
Jesus contou aos discípulos uma parábola para mostrar-lhes a necessidade de orar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1). Há críticas a respeito da oração de pedido, sobretudo se são para coisas materiais ou a situações muito humanas, como no caso da parábola da viúva era desprotegida. Até nisso dependemos de Deus. Jesus explica a oração como uma súplica insistente. A viúva, com sua insistência, convence o juiz a cuidar de sua causa. Deus não se cansa com nossas insistências. Pelo fato de seus escolhidos não terem outra defesa que sua bondade, não vai deixar de lado sua causa e o fará logo, não deixando esperar. As Sagradas Escrituras sempre colocam Deus como protetor dos fracos e pobres. O que venceu o juiz foi a insistência da pobre viúva. As viúvas, com a morte dos maridos, ficavam totalmente desamparadas. O fiel cristão está desprotegido na sociedade, mas tem certeza da pressa de Deus em atendê-lo. Assim deve ser a oração. Não para dobrar Deus, mas para sermos sempre insistentes. A insistência é um modo de oração. Rezar não é falar muitas coisas para Deus, mas muitas vezes a mesma coisa (Beato Charles de Foucauld). E Deus fará justiça bem depressa. A oração insistente é ouvida por Deus que sempre atende e logo. A atitude de Moisés em oração pelo sucesso da batalha é dada como modelo de oração. Assim permanece em oração o tempo todo, com a ajuda de Aarão e Ur que lhe sustentam os braços. A oração participada tem mais valor. Jesus diz uma coisa complicada: “O Filho, quando vier, encontrará fé sobre a terra? (Lc 18,8). Sem a oração a fé desfalece. 
De onde vem nosso socorro? 
A oração permanente é o requisito fundamental para nossas vitórias. É a garantia. O altar é a pedra sobre a qual se firmam os que buscam a Deus em sua oração. O Salmo 120 mostra que o socorro vem de Deus. Essa sempre renovada confiança é a garantia de ter ajuda. Moisés pede a vitória sobre o inimigo. Temos um inimigo muito mais forte porque pode penetrar as decisões de nossa vida. Por isso o salmista diz que levanta os olhos para os montes, para o alto. Lá está Aquele que fez o céu e a terra, por isso pode continuar fazendo tantas coisas. Deus nos guarda constantemente: “Ele não deixa tropeçarem os meus pés e, não dorme quem te guarda e te vigia... O Senhor te guardará de todo o mal, Ele mesmo vai cuidar da tua vida! Deus te guarda na partida e na chegada. Ele te guarda desde agora e para sempre!”(Sl 120). A proposta permanente de Deus para o sustento de nossa fé é estar sempre cuidando de nós. Nossa resposta é a permanente atitude de estar sempre buscando sua proteção e sua ajuda. Somos fracos, mas temos onde nos escorar. 
A Palavra que reza 
Paulo escreve a seu querido discípulo, a quem nomeara como supervisor de uma grande área de seu ministério, que insistisse muito na formação das comunidades, sobretudo pela pregação. Timóteo sempre fora fiel aprendiz da Palavra. “As Sagradas Escrituras têm poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus”. Não basta um conhecimento superficial, como uma bíblia de enfeite. Ela é inspirada por Deus. Na Palavra encontramos o caminho da oração. Rezamos pela Palavra e a Palavra nos ensina a rezar. Por isso Paulo diz a Timóteo que proclame a Palavra e insista. Por isso temos que ouvir a Palavra que nos conduz à oração insistente, pois insistente deve ser nossa oração seja insistente. Moisés ensina a não abaixar os braços. Ensina também que devemos ajudar uns aos outros na oração comum. Ela tem força de vencer as batalhas. 
Leituras: Êxodo 17,8-13; Salmo 120;2 
Timóteo 3,14-4,2; Lucas 18,1-8. 
1. A oração insistente é ouvida por Deus que sempre atende e logo. 
2. A oração permanente é o requisito fundamental para as vitórias. 
3. Temos que ouvir a Palavra que nos conduz à oração insistente. 
Escolinha de Jesus 
Jesus ensina o be-a-bá da oração a seus discípulos. Tudo em Jesus é fácil de compreensão, pois Ele parte da vida comum. Os fatos do dia a dia podem explicar o que quer ensinar. Hoje ensina que a oração tem algo de chato. Chato, não pelo assunto, mas pela insistência. Jesus rezava muito. Pelo que conhecemos Dele, insistia em repetir as mesmas coisas, como vemos em sua dolorosa agonia no Jardim das Oliveiras. Aprendemos, quando estudávamos que a repetição é a mãe dos estudos. Repetindo fixamos o conhecimento. Assim também, buscando sempre, podemos fixar em nós os ensinamentos de Jesus. Ensina também a rezar sempre, não para convencer Deus de nossas necessidades, mas de nos convencer da necessidade de buscar sempre a Deus.

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