Evangelho segundo São Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»
Tradução litúrgica da Bíblia
Hesíquio do Sinai
dito de Batos,
por vezes assimilado a Hesíquio,
sacerdote de Jerusalém(séc. V),monge
«Sobre a sobriedade e a vigilância»,
91, 106, 107, 149, 203
Oremos sem cessar para descobrirmos o esplendor do seu Reino
A invocação contínua de Jesus, quando acompanhada de um desejo pleno de ternura e alegria, permite que o espaço do coração se encha de alegria e serenidade pela graça da atenção extrema. Mas aquele que conduz ao seu termo a purificação do coração é Jesus Cristo, Filho de Deus e Deus, que é a origem e o Criador de todos os bens. Pois Ele diz: «Eu sou o Deus da paz» (Is 45,7). [...]
Façamos, como David, o esforço de gritar: «Senhor Jesus Cristo». Fiquemos roucos e que o olhar da nossa inteligência não deixe de esperar no Senhor nosso Deus (Sl 68,4). Se nos recordarmos da parábola do juiz iníquo, por meio da qual o Senhor nos diz que temos de rezar continuamente e não desfalecer (cf Lc 18,1), encontraremos ganho e justiça. [...]
A alma que, pela morte, se elevou nos ares, e que, às portas do Céu, tem Cristo consigo e por si, não será confundida pelos seus inimigos, mas, tal como agora, falar-lhes-á com segurança. Mas, até ao seu êxodo, não pode cansar-se de clamar noite e dia pelo Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. E Ele, segundo a sua divina promessa que não engana, far-lhe-á justiça prontamente, como afirmou a propósito do juiz iníquo (cf Lc 18,1). Sim, eu vos digo que o fará, tanto na vida presente como quando ela tiver abandonado o seu corpo. [...]
É certo que nada disto vem de nós, mas de Deus, que no-lo deu. Ele que, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, é louvado e glorificado por todas as naturezas racionais, pelos anjos, pelos homens, por toda a criação que vem da Trindade inefável, do Deus único. Possamos nós descobrir o esplendor do seu Reino, pelas súplicas da puríssima Mãe de Deus e dos nossos santos pais. Ao Deus inacessível, seja dada glória eterna. Amen.
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