PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA E PADRE BRANDÃO REDENTORISTAS |
1840. Casamos... e agora?
Casados. Maravilha! Como dizemos: “Quem casa quer casa”, isto é, constituir uma vida nova. Toda a beleza dessa etapa da vida é a realização de um sonho tão bem cultivado e alimentado por tantas esperanças. Quando se realiza um matrimônio se ouve um sim para a eternidade. Acreditamos no casal e acreditamos que possam levar avante essa nova vida como uma missão vinda do alto. Tantos passaram pelo altar e levaram o casamento para a vida toda, mesmo não tendo as ditas preparações que são propostas. E foram felizes. Continuando a reflexão do Papa Francisco, lemos na Exortação Apostólica Amoris Laetitia - Alegria do Amor - orientações muito concretas para a vida em família, de modo particular, como refletimos agora, para a vida de noivado e dos recém-casados. Acentua que a preparação do noivado continua na vida de casal. Aliás, estamos sempre aprendendo. É sabedoria ter abertura para aprender sempre mais. Ninguém está pronto. Por isso insiste que no primeiro tempo da vida de casal há questões que merecem reflexão. Ninguém é perfeito e nem sabe tudo. A sabedoria não é saber, mas querer aprender sempre mais. O Papa Francisco insiste no acompanhamento dos noivos depois do casamento. Nas primeiras dificuldades há necessidade de acompanhamento (AL 217). Os primeiros passos precisam de outros olhos para olhar e outras mãos para orientar caminhar. É claro que sem interferência. O matrimônio, mesmo bem assumido, ainda cresce. É uma construção do dia a dia (AL 218). Ninguém trabalha sozinho. Mas... não é isso que as pessoas pensam. Para todos os problemas temos especialistas, a família é um desses.
1841. Força do ser diálogo
O Papa Francisco continua mostrando sua experiência. Explica que quando um começa a ver os defeitos do outro com um olhar crítico, torna-se incapaz de se apoiarem para o amadurecimento. “O sim que deram um ao outro é o início de um itinerário cujo objetivo é superar as circunstâncias que surgirem e os obstáculos que se interpuserem”. A graça recebida e o SIM proferido não é apenas para o momento, mas se torna um impulso para esse caminho sempre aberto e será a força para os contornos necessários do dia a dia. É o momento do diálogo para elaborar o seu projeto concreto com os seus objetivos e detalhes (AL 218). Como o casamento é uma construção a dois, num diálogo completo de corpo, alma e potências intelectuais, o amor será sempre o controlador desse diálogo. É preciso lançar longe nossa esperança para onde ela nos atrai. O amadurecimento do amor implica em saber negociar e saber ceder para ganhar. Em cada nova etapa do casamento, urge dialogar e analisar as situações. A maior imaturidade matrimonial é não ter capacidade para conversar, colocar os problemas em comum, saber discutir e levar adiante uma reflexão que seja orientadora. Ter problemas não é um problema. Não discuti-los sim.
1842. Um amor que encanta
O casamento sonhado nem sempre corresponde ao casamento vivido. Esse vai além.
Cada casamento é uma história de salvação. Supõe partir de uma fragilidade que, graças ao dom de Deus e uma resposta criativa e generosa, pouco a pouco vai dando lugar a uma realidade cada vez mais sólida e preciosa. Salienta o Santo Padre que “a missão maior de um homem e de uma mulher no amor seja esta: a de se tornarem, um ao outro, mais homem e mais mulher” (AL 21). Lembramos a surpresa de Adão diante de Eva, saída das mãos de Deus: “Então o homem exclamou: Esta sim, esta sim” (Gn 2,23). Meta: ser uma eterna surpresa. A beleza continua na criação dos filhos na paternidade responsável e no respeito à vida.
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