PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
O
tema da santidade não faz sucesso entre as diversas platéias do mundo, mesmo na
Igreja. É assustador como se banalizou o dom da santidade que recebemos em
nosso batismo e é proposta pelo Evangelho. Nessa festa lembramos todos os
cidadãos dos Céus. Não se trata de remorso por ter esquecido algum, mas de
lembrar que a santidade é um dom que Deus dá a todos. Assim escreve S. João:
“Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos filhos de Deus! E o
somos!” (1Jo 3,1).
Todos são filhos de Deus, pois Ele é o Pai de todos. A imensa multidão que João
viu no Céu, além dos 144.000 assinalados, “vinha de todas as nações, tribos,
povos e línguas que ninguém podia contar” (Ap 7,9). Todos estavam vestidos de branco,
isto é, purificados, porque “lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do
Cordeiro”. Significa que Jesus é o Salvador de todos. Nossa parte nessa
purificação é a de “quem tem mãos puras e inocentes o coração, quem não dirige
sua mente para o crime” (Sl
23,4). Por isso temos a certeza que não é o “carimbo” religioso que
temos, mas o que está no coração e o que praticamos para com os outros, mesmo
fora de nossa Igreja. Ninguém foi designado por Deus para condenar ninguém ao
Inferno. O Juiz é Deus. Para ser santo é preciso viver o espírito das
bem-aventuranças. Ali encontramos a união do que é Divino e do que é humano. A
felicidade está no cuidado com os pobres, os que se despojam para que os outros
possam crescer. Depois temos a mansidão, a busca da justiça, a misericórdia.
Para correspondermos a essa caridade de Deus em nós procuremos ter um coração
puro, sem más intenções, construtores da paz, mesmo perseguidos por praticar a
justiça e sofredores por Cristo. Assim se fica santo.
Todos
chamados à Santidade.
Ninguém
se considera santo. É bom, pois ninguém chegará ao máximo, que pertence só a
Deus. Crescemos e cresceremos eternamente. Pensamos que o santo já nasce feito
ou a Igreja o faz depois de morto. Santidade é o caminho de todos. Os santos
canonizados são aqueles que oficialmente a Igreja reconhece, mediante o exame
de sua vida e o milagre que fazem por sua intercessão. São modelos e rezam por
nós. Vendo tantos exemplos de santidade e contemplando a imensa multidão, animemo-nos
a viver de acordo com o Evangelho, desenvolvendo as virtudes e os dons humanos
que Deus nos deu. Essa festa nos anime a buscar com esforço sempre mais
animado, fugir do mal, procurar viver no amor a Deus e ao próximo, na
comunidade, anunciando o Evangelho dentro de nossas possibilidades. Quem diz conhecer
Jesus e não O anuncia, é porque não O conhece.
Pastoral
da santidade
Há os que dizem que não precisam dos santos. “São
nossos irmãos... Contemplamos na vossa luz, tantos membros da Igreja que nos
dais como exemplo e intercessão” (prefácio). Somos Corpo de Cristo. Estamos unidos. A saúde de um
membro é benéfica para todo corpo. Quando um membro está doente, todo corpo se
volta para curá-lo. Assim os santos rezam por nós, como nós rezamos uns pelos
outros. É preciso estimular à santidade, evitar o mal e praticar a virtude,
sobretudo a caridade. É bom conhecer a vida dos santos, para nos estimularmos
pelos seus exemplos. Caridade, oração e participação da vida pastoral é
fundamental nesse caminho. Vejam como eles eram. Não podemos ficar num excesso
de culto aos santos, deixando de lado o Mistério de Cristo.
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