Evangelho segundo São Lucas 12,8-12.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos de Deus.
Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus.
E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será perdoado.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem com o que haveis de dizer em vossa defesa.
O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer».
Tradução litúrgica da Bíblia
Carta da Igreja de Esmirna
sobre o martírio de São Policarpo (69-155)
bispo
(© Evangelizo.org)
«O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer.»
No momento em que Policarpo entrou no estádio, uma voz ressoou no céu: «Coragem Policarpo, sê forte.» Ninguém viu quem falava, mas os nossos que estavam presentes ouviram a voz. [...] Quando a multidão soube quem era este prisioneiro, os gritos duplicaram. O procônsul perguntou-lhe se ele era Policarpo. «Sim,» respondeu. O outro tentou arrancar-lhe uma renúncia à sua religião: «Respeita a tua idade avançada. [...] Jura pela fortuna de César, renega. [...] Diz mal de Cristo.» Policarpo respondeu: «Há oitenta e seis anos que O sirvo e Ele nunca me fez mal. Como poderia rejeitar o meu Rei e meu Salvador?»
Como o outro insistisse [...], Policarpo continuou: «Já que insistes em que eu jure pela fortuna de César, como dizes, e que finges ignorar quem sou, ouve claramente: sou cristão. E se quiseres conhecer a justeza da minha religião, dá-me um dia e escuta-me.» «Persuade a multidão», replicou o procônsul. «Penso que posso discutir contigo pois ambos aprendemos a ter pelas autoridades e pelos magistrados estabelecidos por Deus o respeito que lhes é devido, na condição de que este não se vire contra nós. Mas estas pessoas não possuem dignidade suficiente para que me explique perante elas.»
«Tenho as feras à minha disposição», continuou o procônsul, «e vou lançar-tas se não abjurares.» «Chama-as», respondeu Policarpo. «Desprezas os animais? Obstinas-te? Lanço-te às chamas.» Policarpo respondeu: «Ameaças-me com um fogo que arde durante uma hora e se apaga, porque não conheces o fogo do juízo futuro e do castigo eterno que espera os ímpios. Mas porque esperas? Faz como achares melhor.»
Os acontecimentos precipitaram-se; foi uma corrida às marcenarias e aos banhos, de onde as pessoas trouxeram madeira e ramos. [...] Quando a fogueira ficou pronta, foi o próprio Policarpo que se despiu e desatou o cinto. Quis também ser ele a desapertar as sandálias, coisa que habitualmente não fazia porque os fiéis o ajudavam. [...] Este grande santo havia suscitado, muito antes do seu martírio, uma imensa veneração.
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