quarta-feira, 18 de julho de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Não tenhais medo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Tempestade e bonança
               Na história do povo de Israel, quando alguém recebia uma comunicação de Deus, no caso uma visão, ouvia as palavras: “Não tenhas medo”. Assim disse o Anjo a Maria. Jesus diz o mesmo aos discípulos quando O vêem vir sobre as águas: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo”. Diz a Pedro que ficou com medo de se afundar: “Homem fraco na fé, por que duvidastes?”. Diante da grandeza de Deus, o homem sente o temor reverencial. Não tenhamos medo de Deus quando O encontramos na oração. Podemos até dizer: “Eu e Deus nos entendemos bem”. A celebração hoje nos convida a um encontro com Deus no meio da tempestade. Elias vive uma tempestade terrível que foi a perseguição de Jezabel, a rainha mulher de Acab. Foi ao encontro de Deus no monte Horeb (1Rs 19,9-13). Os discípulos estavam sob forte tempestade e Jesus foi a seu encontro caminhando sobre as águas (Mt 14,22-33).  São duas situações iguais. O encontro de Deus com Elias se dá no murmúrio de uma leve brisa (12). Os discípulos são acalmados por Jesus quando entra em seu barco. Não ter medo significa que o relacionamento com Deus supera as tempestades. O mar bravio traz a idéia de algo maligno. Por isso Jesus está por cima. Nesse contexto encontramos Jesus que é modelo de oração. Não só ensinou o Pai Nosso, mas ensinou que é necessário rezar. Ele rezava a sós, rezava também com os discípulos as orações do povo como também freqüentava o templo. O povo da aliança era um povo que sabia rezar. Devíamos ter medo de não rezar. Rezamos pouco e mal. Jesus rezava muito e bem. A palavra de Deus hoje nos convida a uma reflexão sobre nossa oração. Ela nos induz à serenidade nas tempestades. Ser cristão é realizar a vocação de orante. Por que rezar? Porque a oração faz parte do ser humano. Sendo humanos temos necessidade de estar em contato com Deus.
Quero ouvir o Senhor
               A oração é condição para a vitalidade da vida cristã. Jesus gostava de conversar com o Pai. Impressiona sua atitude orante. Não se trata de rezar muitas coisas, mas de ter o diálogo com o Pai. Quando estamos em dificuldades apelamos para a oração, como fizeram os discípulos. Jesus no momento da crise no Jardim das Oliveiras rezou expressando sua angústia e sua adesão à vontade do Pai. Não é só quando pesa que devemos rezar. O salmo instrui como rezar: Ouvir: Quero ouvir o que o Senhor irá falar; A oração traz a paz: “É paz que ele vai anunciar... a verdade e o amor se encontrará, a justiça e a paz se abraçarão”; A oração também se destina às coisas da vida. Mesmo no cotidiano queremos depender de Deus: “O Senhor nos dará tudo de bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas”; Temos certeza que Deus nos ouve quando estamos afundando: “Senhor, salva-me”! Assim grita Pedro. A resposta de Jesus nos remete à fé: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? A fé nos leva a professar a fé: Tu és o Filho de Deus!
Força do silêncio
               Deus acalma o profeta com a visão no Horeb e Jesus acalma a tempestade. Acalma nas dificuldades e no ruído da vida. A visão de Elias insinua que Deus só fala quando todo mundo faz silêncio. Mas Jesus ouve o grito dos discípulos no medo e na tempestade. A espiritualidade cristã, procurando eliminar o barulho exterior, busca o silêncio interior. É preciso ter sempre um cantinho no qual encontramos o momento para nossa oração, mesmo no meio do barulho. Vivemos agitados. Mais ainda se torna necessário ir cultivando o silêncio interior que vai ao exterior. Não tenhais medo!
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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