terça-feira, 3 de julho de 2018

EVANGELHO DO DIA 3 DE JULHO

Evangelho segundo S. João 20,24-29. 
Naquele tempo, Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato John Henry Newman (1801-1890) 
teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra 
«Ter fé sem ver» 
A fraqueza da fé de Tomé, fonte de graça para a Igreja 
Não devemos pensar que São Tomé era muito diferente dos outros apóstolos. Todos eles, mais ou menos, perderam a confiança nas promessas de Cristo quando O viram ser levado para a cruz. Quando Ele foi posto no túmulo, a esperança deles foi amortalhada com Jesus, e quando lhes trouxeram a notícia de que Ele tinha ressuscitado, nenhum deles acreditou, de tal maneira que, quando lhes apareceu, Ele «reprovou-lhes a sua incredulidade» (Mc 16,14). [...] Tomé foi o último a ser convencido, porque foi último a ver Cristo. E não era um discípulo reservado nem frio: anteriormente, exprimira o desejo de partilhar o perigo que o Mestre corria e de sofrer com Ele [...] : «vamos nós também, para morrermos com Ele!» (Jo 11,16). Foi por causa de Tomé que os apóstolos arriscaram a vida com o Mestre. São Tomé amava o Mestre como um verdadeiro apóstolo, e tinha-se posto ao seu serviço. Mas quando O viu crucificado, a sua fé enfraqueceu durante algum tempo, como a dos outros [...] e mais que a dos outros; isolou-se, recusando o testemunho, que não era de uma só pessoa, mas dos outros dez, de Maria Madalena e das outras mulheres. [...] Faltava-lhe uma prova visível do que é invisível, um sinal infalível vindo do Céu, como a escada dos anjos de Jacob (Gn 28,12), para lhe acalmar a angústia mostrando-lhe o fim do caminho antes de se pôr em marcha. Habitava-o um desejo secreto de certeza e esse desejo revelou-se na altura do anúncio da ressurreição de Cristo. O nosso Salvador consente na sua fraqueza, responde ao seu desejo, mas diz-lhe: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». É assim que todos os discípulos O servem, mesmo na sua fraqueza, para que Ele transforme essa fraqueza em palavras de ensinamento e de conforto para a sua Igreja.

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