sábado, 19 de maio de 2018

EVANGELHO DO DIA 19 DE MAIO

Evangelho segundo S. João 21,20-25.
Naquele tempo, Pedro, ao voltar-se, viu que o seguia o discípulo predileto de Jesus, aquele que, na Ceia, se tinha reclinado sobre o seu peito e Lhe tinha perguntado: «Senhor, quem é que Te vai entregar?»Ao vê-lo, Pedro disse a Jesus: «Senhor, que será deste?»Jesus respondeu-lhe: «Se Eu quiser que ele fique até que Eu venha, que te importa? Tu, segue-Me».Divulgou-se então entre os irmãos o boato de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse a Pedro que ele não morreria, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até que Eu venha, que te importa?»É este o discípulo que dá testemunho destes factos e foi quem os escreveu; e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Jesus realizou muitas outras coisas. Se elas fossem escritas uma a uma, penso que nem caberiam no mundo inteiro os livros que era preciso escrever.
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Jean-Pierre de Caussade (1675-1751), jesuíta 
«O Abandono na Providência divina», cap. 11, §§ 191ss
«Nem caberiam no mundo inteiro os livros que era preciso escrever»
Desde a origem do mundo que Jesus Cristo vive em nós; Ele opera em nós durante todo o tempo da nossa vida […]; começou em Si mesmo e continua nos seus santos uma vida que nunca acaba. […] Se «nem caberiam no mundo inteiro os livros que era preciso escrever» sobre o que Ele fez e disse e sobre a sua própria vida, se o Evangelho esboça apenas alguns traços, se a primeira hora é tão desconhecida e tão fecunda, quantos evangelhos não seria preciso escrever para narrar a história de todos os momentos desta vida mística de Jesus Cristo, que multiplica os milagres indefinidamente e os multiplicará eternamente, uma vez que os tempos mais não são do que a história da ação divina? O Espírito Santo gravou em traços infalíveis e incontestáveis alguns momentos desta vasta duração, coligindo nas Escrituras algumas gotas deste mar e revelando de que maneira secreta e desconhecida trouxe Jesus Cristo ao mundo. […] O resto da história desta ação divina, que consiste em toda a vida mística que Jesus vive nas almas santas até ao fim dos séculos, é o objeto da nossa fé. […] O Espírito Santo já não escreve evangelhos senão nos corações; todas as ações, todos os momentos dos santos são o evangelho do Espírito Santo; as almas santas são o papel, os seus sofrimentos e atos são a tinta. Com a pena da sua ação, o Espírito Santo escreve um evangelho vivo. E só poderemos lê-lo quando for publicado na glória, após ter saído da imprensa desta vida. Oh, que bela história! Que livro belo o Espírito Santo está a escrever! Ele está no prelo, santas almas, e não há dia em que não se componham as letras, não se aplique a tinta, não se imprimam as folhas. Mas estamos na noite da fé: o papel é mais negro do que a tinta […]; trata-se de uma língua do outro mundo, que não compreendemos; só podereis ler este evangelho no Céu.

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