sábado, 25 de novembro de 2017

REFLETIDO A PALAVRA - “O Senhor vos abençoe”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1208. Deus mostrou sua face.
            A singeleza da narrativa da visita dos pastores e circuncisão de Jesus revelam profundas verdades de nossa fé. Ele, Filho de Deus encarnado, passa pelo rito da circuncisão. Este era o rito pelo qual o homem passava a fazer parte do povo de Deus, povo da aliança. O sangue derramado no rito coloca-O em união ao sangue da aliança que Deus fez com seu povo. Este sangue O faz participante da Páscoa. Sua última Páscoa foi também selada pelo sangue que derramou na Paixão e se torna a Páscoa nova e eterna da qual participamos. Ele inicia o novo povo nascido do sangue da Aliança e das águas do Batismo. Neste rito da circuncisão lhe é dado o nome como o Anjo Gabriel dissera: Ele se chamará Jesus (em hebraico – Jehshu’ah). Deus pode revelar o seu Nome. O nome significa sua missão: “pois salvará seu povo de seus pecados” (Mt 1,21). No nascimento houve a visita dos pastores, os humildes do povo. Estes Seus prediletos foram os primeiros a receber a notícia de Seu nascimento e os primeiros a acorrerem à manjedoura. Os humildes pastores, chamados pelos donos do poder de gente suja que não conhece a lei, encontram Maria e José e o Recém-Nascido deitado na manjedoura. Maria, a Mãe, tem a grande missão de apresentar o Menino, como veremos também na narrativa dos Magos. Estes homens simples eram cheios da sabedoria de Deus. Na celebração do Natal Deus não só revelou Seu nome, mas mostrou Sua face. A festa da Maternidade Divina, na qual professamos nossa fé no Deus feito Homem, podemos chamar Maria de Mãe de Deus e nossa, pois é Mãe de nosso Irmão. Jesus nasceu de uma mulher, aqui no sentido de mulher hebréia, pois era ela quem dava ao filho a raça de Abraão, pai do povo. Ter nascido de uma hebréia era condição fundamental para ser hebreu. Era Filho de Deus sujeito à lei para resgatar e dar a adoção de filhos (Gl 4,4-5). Por isso, Nele somos filhos adotivos. Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama Abba isto é, Papai (6). Por isso também, como irmãos de Jesus podemos chamar Maria de Mãe de Deus e nossa Mãe.
1209. Sob o olhar de Deus
            O Deus de ternura e bondade quer estar conosco todos os dias e por isso, manda que Moisés ensine Aarão e seus filhos sacerdotes a abençoarem o povo: “Dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti seu rosto e te dê a paz! (Nm 6, 24-26). Toda bênção é uma manifestação de Deus. Bendizemos a Deus e Ele manifesta sua Glória e participação de sua Santidade. Colocando esta bênção no início do Novo Ano, estamos vendo que o olhar de Deus está sempre voltado para nós. A maior bênção que possamos ter é sentir que Deus cuida nós com carinho como uma mãe que tem sempre os olhos ocupados com o bem estar do travesso menininho. Deus não nos olha para castigar, mas olha para amar.
1210. Voltaram glorificando a Deus.
            Os pastores, depois do anúncio do Anjo, dizendo que havia nascido o Salvador, Cristo-Senhor, dá o sinal: “Encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,11-12). E os anjos cantam: “Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens que Ele ama” (13). Não é uma narração ingênua. É uma solene profissão de fé no Deus feito Homem, que nasceu, morreu e ressuscitou (por isso as faixas) para a glória do Pai. Os pastores continuam dando glória a Deus. Esta é a atitude que deve permanecer como resultado da bênção: dar glória a Deus. Isso será nossa bênção. 

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