PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO REDENTORISTA VICE-POSTULADOR DA CAUSA VENERÁVEL PADRE PELÁGIO REDENTORISTA |
Eu era criança e estava passando uns dias na roça com meu pai. Um grande lago encravado no meio do terreno servia de bebedouro para o gado. Uma das margens, porém, era pantanosa e traiçoeira. Mesmo porque uma plantação de juncos disfarçava e escondia o perigo. Certa tarde eu estava lendo tranqüilamente um livro na varanda. Ao levantar a vista para o lado em que o gado pastava, não o avistei mais. Os animais haviam desaparecido como que por encanto. Fiquei apavorado.Sentindo-me responsável por eles, larguei o livro e fui à sua procura. Aconteceu o que eu suspeitara: Avançando demais pelo capim, afundaram no brejo. Fui atrás deles. Temerariamente pisei na água, pensando que tinha chão firme debaixo dos pés. Mas era um lodo mole e fugidio. A cada passo que dava, minhas pernas enterravam-se mais na lama. Foi quando gritei pelo meu pai. Ninguém respondia. Nesse ínterim as vacas tinham conseguido sair do atoleiro, enquanto eu ali fiquei, sem ter para onde nem para quem.
Rezei. Gritei:
-"Papai!".
Silêncio de morte na lagoa. Preparei-me para meu último instante. Foi quando ouvi alguém gritar:
-"Menino, onde você está?"
Conheci logo a voz e respondi, aflito ainda:
-"Pai, estou aqui. ?".
De repente me vi em seus braços, fora do brejo e livre da morte. Passaram-se vários minutos, até que pudéssemos articular palavra. Meu pai estava emocionado. Foi a primeira e última vez que o vi chorar.
Palavra de Deus:Também Jesus chamou pelo seu Pai diversas vezes. Mas ele está sempre ao nosso lado. Nem é preciso chamar, como aconteceu com o menino da história
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