Evangelho segundo S. Mateus 11,28-30.
Naquele
tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e
Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou
manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África),
doutor da Igreja
«Sobre a virgindade», 35-36; PL 40, 416
Vejo-Te, ó bom Jesus, com os olhos da fé que
abriste em mim, vejo-Te a chorar e a dizer ao género humano: «Vinde a Mim, vinde
para a minha escola.» Qual é a lição [...] que temos de aprender na tua escola?
«Que sou manso e humilde de coração». É a isso, pois, que se resumem «todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3) escondidos em Ti - a aprender
esta lição capital: que Tu és «manso e humilde de coração». [...]
Que
aqueles que procuram a tua misericórdia e a tua verdade escutem, venham a Ti,
aprendam de Ti a ser mansos e humildes, vivendo para Ti e não para si próprios.
Que oiça isto aquele que anda cansado e oprimido, que se verga sob um fardo que
o impede de erguer os olhos ao céu (Lc 18,13), o pecador que bate no peito e não
se sente digno de se aproximar de Ti. Que oiça o centurião que não era digno de
que entrasses sob o seu teto (Lc 7,6). Que oiça Zaqueu, o chefe dos publicanos,
quando declara que vai devolver quatro vezes mais o fruto dos seus pecados (Lc
19,8). Que oiça a mulher que tinha sido pecadora na cidade e que derrama tantas
lágrimas a teus pés quanto afastada tinha estado dos teus passos (Lc 7,37). Que
oiçam as mulheres de má vida e os publicanos que precedem os escribas e os
fariseus no Reino dos Céus (Mt 21,31). Que oiçam os doentes com todo o género de
males com quem Ele era acusado de conviver (Mt 9,11). [...]
Todos estes,
quando se voltam para Ti, tornam-se facilmente mansos e humildes diante de Ti,
recordando-se da sua vida cheia de pecados e da tua misericórdia cheia de
perdão, pois «onde aumentou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20).
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