Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele
tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer:
«Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será
dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os
habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e
há de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens
de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram
penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
São João-Maria Vianney (1786-1859), presbítero, Cura de Ars
Sermão para o 3.º Domingo depois do Pentecostes
«Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o
será também o Filho do homem para esta geração»
Meus irmãos, ao percorrermos as diferentes
épocas do mundo, vemos a Terra coberta das misericórdias do Senhor, e os homens
rodeados pelos seus benefícios. Não, meus irmãos, não é o pecador que retorna a
Deus para Lhe pedir perdão; é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz
voltar para Ele. [...] Deus espera pelos pecadores na penitência, e convida-os
através dos movimentos interiores da sua graça e pela voz dos seus ministros.
Vede como se comporta para com Nínive, esta grande cidade pecadora.
Antes de punir os seus habitantes, manda o profeta Jonas anunciar-lhes que,
dentro de quarenta dias, os irá punir. Jonas, em vez de ir a Nínive, refugia-se
noutro lado e faz menção de atravessar o mar. Mas, longe de deixar os ninivitas
sem aviso antes de os punir, Deus faz um milagre, conservando o seu profeta,
durante três dias e três noites, no seio de uma baleia, que, ao fim desses dias,
o lança para terra. Então o Senhor diz a Jonas: «Vai anunciar à grande cidade
que dentro de quarenta dias perecerá», sem lhes impor qualquer condição. E o
profeta, tendo partido, anunciou a Nínive que dentro de quarenta dias iria
perecer.
Com esta notícia, todos se entregaram à penitência e às
lágrimas, desde o camponês até ao rei. «Quem sabe», diz-lhes o rei, «se o Senhor
não terá ainda piedade de nós?» O Senhor, vendo-os recorrer à penitência,
pareceu congratular-Se com o prazer de os perdoar. Jonas, vendo chegar o prazo
do castigo, retira-se para fora da cidade, para esperar que o fogo do céu caísse
sobre ela. Vendo que não caía: «Ah! Senhor» grita-Lhe Jonas «vais-me fazer
passar por falso profeta? Prefiro morrer. Ah! Sei bem que és demasiado
misericordioso, que não desejas senão perdoar» – «O quê! Jonas», disse-lhe o
Senhor, «queres que faça perecer tanta gente que se humilhou perante mim? Oh!
não, não, Jonas, não teria coragem; pelo contrário, amá-los-ei e
conservar-lhes-ei a vida.»
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