sexta-feira, 11 de novembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Recebei o Espírito Santo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
O Dom do Espírito
               Cinqüenta dias depois da Páscoa, os cristãos são convocados a celebrar uma festa que marca o amadurecer do tempo pascal e abre a um tempo que chamamos de comum, isto é, tempo em que vivemos a vida do Espírito. Deus é Uno e Trino. Uno na Divindade e Trino nas Pessoas. Toda ação de cada Pessoa da Trindade tem a atribuição de uma ação de Deus, mas as três Pessoas estão presentes, agindo junto a cada Pessoa. Por isso, o Espírito não está presente só em Pentecostes. Já na criação do mundo, o Espírito de Deus pairava sobre as águas para que tivessem vida (Gn 1,2). Está presente na história do povo de Deus. Foi Ele quem falou pelos profetas (profissão de fé). É Ele que fecunda o seio de Maria (Lc 1,35), mantém viva a esperança como em Simeão (Lc 2,25), unge Jesus no Batismo (Lc 3,22), e o conduz em sua missão (Lc 4,1). No dia de Pentecostes, unido à Páscoa de Jesus, vem sobre os discípulos, unidos a Maria no Cenáculo, Ele abre as fontes do coração de Deus para que a graça da redenção fecunde todo o universo. A manifestação do Espírito, terceira pessoa da Ssma Trindade, nos faz conhecer esta face do Deus único que  é vida e se comunica. Jesus na noite soprou sobre os discípulos (Jo 20,22), como Deus soprara sobre o homem feito do barro para que tornasse alma vivente (Gn 2,7). É a nova criação. Cria os homens novos à imagem do Filho. Estando de portas fechadas recebem o Espírito. Abrem as portas e anunciam o Ressuscitado. O Espírito modifica o coração dos discípulos de medrosos para ardorosos anunciadores. Jesus os instruíra: “Quando o Espírito vier, ele vos conduzirá à verdade plena” (Jo 16,13). A missão do Espírito é colocar-nos em comunhão com a Trindade. Ele é o amor de Deus que jorra abundante para a Vida, como dissera: “de seu seio jorrarão rios de água viva. Ele falava do Espírito que deveriam receber os que nele cressem” (Jo 7,37-39).
Santificais vossa Igreja
               O Corpo de Cristo, a Igreja, é composto de muitos membros. É o Espírito quem faz a coesão. Ela não é uma estrutura social, mas um mistério com Cristo. Mistério no sentido que o que era em Cristo agora age nela e por ela. Sua santidade está no seu Redentor que a purificou e fez bela para Deus (Ap 21,2). O Espírito a liberta das cadeias do mal e fortalece a fragilidade. O Espírito segue a Igreja em todos os caminhos, desde suas celebrações até sua implantação no meio dos novos povos. Vivemos o tempo do Espírito que é breve, pois o Esposo sempre chama sua esposa: Vem! (Ap 22,17). O Espírito nos leva a acolher as graças da redenção através dela que é seu sacramento. Em cada sacramento, no momento da epíclese (invocação do Espírito Santo), ela O recebe e comunica para que a graça continue agindo. Ele a envia em missão a todos os povos como no dia de Pentecostes.
Espírito para o bem comum
               Participamos da vida e missão de Cristo como colaboradores do Espírito, unidos a Ele que habita em nós como em um templo (1 Co, 3,16). Estar cheio do Espírito Santo é ter a disposição de agir pelo Evangelho. O Espírito distribui os dons para a ação comum. Agir no Evangelho é colocar em ação os dons que recebemos. Deste modo poderemos falar em diversas línguas. Isto é a capacidade de dialogar com todo tipo de pessoas e realidades. Dialogamos oferecendo nossos dons para o crescimento do Corpo de Cristo. O único modo de crescer é sair de si para Deus entrar. Em cada missa comungamos para ser comunhão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário