Iniciamos
a Quaresma “para progredir no conhecimento de Cristo e corresponder a seu amor
por uma vida santa” (Oração
da Coleta). Nós nos voltamos ao fundamental da vida cristã que é a opção
por Deus, como fez o judeu fiel, num gesto de oferta dos primeiros frutos, faz
a declaração de fé num Deus que o acompanha. Quaresma é tempo de renovar nossa
opção batismal na proclamação da Ressurreição de Jesus. Neste domingo refletimos
sobre as tentações de Jesus. Por que o demônio O tenta? Já tentara o povo no
deserto. A tentação que Jesus sofre durante toda sua vida é desconhecer sua
condição de Filho de Deus. Por isso, três vezes o demônio lhe diz: “Se és o
Filho de Deus” (Lc
4,3.7.9). “A paternidade divina sobre Cristo é o centro de toda oposição
diabólica a Deus” (T.Frederici).
A tentação que faz sobre os fiéis também está a abalar a condição de filhos de
Deus para abandonarem o Pai e buscarem outros deuses que serão os pais de suas
vidas. É a mesma tentação que os judeus passaram no deserto. O tentador queria
desviá-los da adoração devida só a Deus, como no caso do bezerro de ouro, da
fome e das águas de Meriba. Esta é também a tentação dos primeiros pais no Paraíso.
O homem tentado a ser igual a Deus, não filho. A tentação no mundo de hoje
continua a mesma. O homem quer ser Deus. A tentação, o que é? Desejo de
prender-se ao bem estar, consumismo, dinheiro, religião milagreira, que põe a
fé a serviço de interesses pessoais. Esse demônio se vence com o jejum, com a
oração, com a fé e com a prática evangélica. Não estamos sós na tentação, pois
rezamos no Salmo: “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois
meu nome ele conhece”(Sl
90). Vencendo a tentação, estaremos sendo fiéis e estaremos crescendo.
Respostas a Deus
Jesus
é fiel a seu Pai. Poderia não ser? Como Homem correspondeu à vontade do Pai: “ Para que o mundo
saiba que Eu amo o Pai, Eu faço como o Pai me mandou”(Jo 14,31). Respondendo ao tentador
Jesus mostra que o caminho da Palavra do Pai para vencer a ganância do pão; Não
tenta a Deus na busca de milagres; Permanece em adoração porque não quer adorar
as coisas. A tentação de Jesus tem a ver
conosco. Santo Agostinho, em sua sabedoria, diz que fomos tentados em Cristo e
em Cristo vencemos. Sua resposta é a nossa. Passamos por tentações todos os
dias. Mas podemos vencer sempre. A vida deve corresponder à fé. Esta é nossa
vitória. A tentação tem vantagens, pois estimula a responder com fé e
fortaleza. “Deus nos põe à prova como a nossos pais” ... “para sondar nossos
corações” (Jd 825.27).
Deus não nos castiga, pois, qual é o filho cujo pai não educa?” (Hb 12,7):
Guiado pelo Espírito
Jesus é guiado pelo Espírito. A Palavra
da fé é a inspiração do Espírito. Diz Paulo: “‘A Palavra está perto de ti’. ‘Essa
Palavra é a Palavra da fé’”(Rm 10,8). Fazemos o caminho de nossa história entre tentações e
vitória, correspondendo a Deus em nossos corações. É uma história de fé. Não
estamos sós. Deus é o Senhor da história. O fiel no Antigo Testamento, ao fazer
sua oferta, tinha o sentido de pertença a Deus. É sua profissão de fé. A fé é
nossa vitória. Se crermos, seremos coerentes. O mundo foge da fé, porque ela
exige compromisso com Deus. Nesta Quaresma vamos nos deter nas três alianças do
povo com Deus para entender como Jesus é fiel.
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