quinta-feira, 1 de setembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Mostrai-me, Senhor, vossos caminhos!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Promessas de bens futuros
            O Advento traz-nos  o vento da esperança. É o começo de um novo ano litúrgico, isto é, de uma nova etapa de nossa vida no Mistério de Cristo. Temos duas temáticas neste tempo: A última vinda de Cristo, descrita no apocalipse de Lucas, e a celebração da vinda do Filho na carne, isto é, o nascimento de Jesus. Neste primeiro domingo somos instruídos sobre  sua vinda no fim dos tempos. Depois refletiremos sobre a missão de João Batista que prepara a vinda do Messias. A expressão vir sobre as nuvens indica a presença da divindade na ação do Espírito Santo. Pensamos na vinda de Cristo como o castigo final, no qual haverá o acerto de contas. Todavia, se trata da libertação dos fiéis. A glorificação de Cristo lhe confere todo o poder e glória. No clima da segunda vinda, encontramos a exortação à vigilância. Como é desconhecida a hora de sua vinda, somos convocados pelo evangelista a “ficar atentos e orar em todo o momento, a fim de termos força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficar em pé diante do Filho do Homem” (21,36). É o tempo da virtude da esperança dos bens futuros. Quando se fala de sua vinda, fala-se da recompensa aos eleitos. Este pensamento deve animar, os que O esperam, a viver os bens futuros no dia-a-dia. As promessas são garantidas pela fé, como se lê na carta aos Hebreus: “A fé é um modo de já possuir o que se espera, um meio de conhecer as realidades que não se vêem” (Hb 11,1). Somos convocados a tirar o véu que impede os olhos da fé de verem os valores da vida presente que semeiam para a vida que dura para sempre.
Amar o que é do Céu
            Quando o evangelista Lucas convida a levantar a cabeça e ficar de pé (Lc 21,34-36), faz um apelo à vigilância “não no sentido de expectativa de algo que está para acontecer, mas vigilância como discernimento do que leva ou não  ao projeto de Deus” (Pe. Bortoline). Amar o que é do Céu é viver intensamente o amor mútuo que transborde sempre mais (1Ts 3,12). O apóstolo estimula os cristãos à santidade: “Assim Ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus” (3,13). O tempo do Advento é tempo de animar-se a colocar em prática o que Jesus ensinou. Isso é estar vigilante. É muito saudável, neste tempo, preocupar-se com uma ação social, caridade em ato, que promova as pessoas, pois foi isso que Jesus fez ao nascer: veio dar vida para todos, de modo particular para os humilhados e esquecidos da sociedade.
Corações sensíveis
            O que mais prejudicou o povo de Deus ao longo da história e prejudicou a fé dos cristãos, foi a insensibilidade. Por que ficamos insensíveis? O evangelho diz: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriagues e das preocupações da vida” (Lc 21,34). Atualmente vemos tantos corações insensíveis. Muitos pelo orgulho da ciência. O homem pensa ser Deus. Isso já não deu certo. Outros pela ganância dos bens materiais e pelo afogamento nos vícios. O remédio para esses males é a oração permanente: “Ficai atentos e orai em todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer” (36). Quer dizer: que a vida seja voltada para Deus, onde ela acontece. A liturgia faz sensíveis nossos corações.

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