quarta-feira, 11 de maio de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - Redentorista “Teus pecados estão perdoados”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Jesus tem poder de perdoar
            Deus oferece ao mundo o perdão e Jesus o torna presente no meio de nós. Jesus é o sim de Deus e a confirmação de suas promessas. O evangelista Marcos mostra o ministério de Jesus não na sinagoga, mas na casa. Por que? A comunidade dos primeiros cristãos reunia-se pelas casas. Para a religião de Israel os sacrifícios e o perdão de Deus aconteciam no templo e as orações e o ensinamento se davam na sinagoga. A comunidade reunida é lugar da ação de Deus. O poder de Jesus sai do lugar sagrado e torna sagrado o lugar onde Ele está. A comunidade reunida tem a presença de Jesus e de seu poder. A narrativa de hoje conta um milagre que deu trabalho: Jesus estava cercado de gente. Quatro homens trazem um doente na maca. Sobem para o terraço. As casas eram pequenas e tinham uma escada por fora. Tiram a cobertura – também fácil. Descem o homem diante de Jesus. Aí se desenrola a cena. O Evangelho quer responder à pergunta: Quem é Jesus? Jesus é o vencedor do pecado. Por isso responde aos doutores que o acusam de blasfemar porque perdoa os pecados do paralítico. Jesus, lendo seus pensamentos, diz: “O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te, pega a tua cama e anda’? Para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados - disse ao paralítico:  - Eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama e vai para tua casa!” (Mc 2,9-11). A cura física é inferior à cura espiritual, mas prova, para quem duvidava de sua poder de perdoar, pelo poder de curar. A resposta à pergunta quem é Jesus é clara: Ele é aquele que tem o poder de Deus de perdoar. Jesus prova que pode libertar de todo o mal, tanto físico como espiritual. A cura do paralítico é uma palavra que explica o sim de Deus à humanidade que procura o conforto do perdão. O perdão é a nova criação e ressurreição. “O homem então se levantou e, carregando sua cama, saiu diante de todos” (Mc 2,12) .
Farei coisas novas
            No clima de perdão que Deus nos oferece, o profeta Isaias reflete sobre a gratuidade do perdão. O povo recebeu o perdão sem antes ter pedido. Isso nos anima a continuar acolhendo o perdão que Deus nos concede com tanta gratuidade. O povo recebeu, pelo rei Ciro, a certeza do perdão de Deus que supera tudo o que foi feito de mal: “Sou eu que cancelo tuas culpas por minha causa e já não me lembrarei de teus pecados” (Is 43,25). Deus não é culpado dos males e, mesmo fustigado por nossos pecados, não desiste: “Com teus pecados, trataste-me como servo, cansando-me com tuas maldades” (Is 43,24b). O perdão é uma nova criação: “Eis que eu farei novas todas as coisas” (Is 43,19). Manter a memória do perdão é mais vantajoso que ficar relembrando as coisas passadas (Is 43,18). O perdão de Deus é uma condição de vida para a comunidade. Ela deve ter certeza do perdão que a faz caminhar, como o paralítico que, após o perdão e cura, levanta-se e vai para casa.
Perdão e comunidade
            Comunidade vive a memória das misericórdias de Deus. Ela não deve desistir de servir a Deus. Há uma íntima união da cura do pecado e a comunidade. O pecado envolve a comunidade. Também ela é responsável pela cura do pecador e do doente. Sem a solidariedade criativa dos quatro homens, o doente não chegaria a Jesus. É necessária a fé a participação da comunidade no perdão do indivíduo. Amar o pecador e o doente faz parte de sua vida. O pecado não só um problema a ser cochichado nos ouvidos do padre, mas é para ser compartilhado no caminho criativo de redenção que celebramos na Eucaristia. 

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