Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.
Jesus
ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a
Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos
que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles,
porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não
acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspeto diferente a dois deles
que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas
também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles
estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de
coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E
disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), papa,
doutor da Igreja
Sermão 58, o vigésimo sobre a Paixão
«Os que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e
pranto. […] E disse-lhes: "Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a
criatura."»
Não estejamos presos às coisas deste mundo;
que os bens da terra não desviem o nosso olhar do céu. Tomemos por passado o que
já não é praticamente nada; que o nosso espírito, agarrado ao que deve viver,
fixe o seu desejo nas promessas de eternidade. Embora sejamos ainda «salvos na
esperança» (Rom 8,24), embora possuamos ainda uma carne sujeita à corrupção e à
morte, podemos com certeza afirmar que podemos viver fora da carne, se
escaparmos à influência das suas paixões. Não, já não merecemos o nome desta
carne, nós que fizemos o possível por calar os seus apelos. [...]
Que o
povo de Deus tome portanto consciência que é «uma criatura nova em Cristo» (2Cor
5,17). Que compreenda bem quem o escolheu, e quem ele próprio escolheu. Que o
novo ser não reverta para a inconstância do seu antigo estado. Que «aquele que
pôs a mão no arado» (Lc 9,62) não cesse de trabalhar, que vele pelo grão que
semeou, que não retorne ao passado que abandonou. Que ninguém volte a cair na
degradação da qual se separou. E se, porque a carne é fraca, alguém sofre ainda
de uma das suas doenças, que tome a firme resolução de se curar e de se
engrandecer. Esta é a via da salvação; esta é a forma de imitar a ressurreição
começada em Cristo. […] Que os nossos passos deixem as areias movediças para
caminhar sobre a terra firme, porque está escrito: «O Senhor firma os passos do
homem e compraz-Se nos seus caminhos. Mesmo que caia, não ficará por terra,
porque o Senhor lhe estenderá a mão» (Sl 36,23s).
Irmãos bem amados,
guardai bem estas reflexões no vosso espírito, não apenas para celebrardes as
festas da Páscoa, mas para santificardes toda a vossa vida.
http://www.evangelhoquotidiano.org/
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