Evangelho segundo S. João 10,31-42.
Naquele
tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus.Então Jesus
disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual
dessas obras Me quereis apedrejar?» Responderam os judeus: «Não é por
qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo
homem, Te fazes Deus». Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu
disse: vós sois deuses’? Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se
dirigia, e a Escritura não pode abolir-se de Mim, que o Pai consagrou e
enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de
Deus’!» Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. Mas se as faço,
embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e
saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». De novo procuraram
prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Jesus retirou-Se novamente
para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a batizar
e lá permaneceu. Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não
fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». E muitos
ali acreditaram em Jesus.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Tratado sobre a
Paixão, Cristo amou-os até ao fim, 1ª homilia
Cristo deu a vida pelos seus inimigos
Meditemos profundamente sobre o amor de
Cristo, nosso Salvador, que «amou os seus até ao fim» (Jo 13,1), a ponto de,
para seu bem, ter voluntariamente sofrido uma morte dolorosa, manifestando assim
o maior amor possível. Porque Ele próprio tinha dito: «Não há maior amor do que
dar a vida pelos amigos» (Jo 15,13). Sim, é sem dúvida esse o maior amor que
alguém jamais manifestou; e contudo, o nosso Salvador deu prova de um amor ainda
maior, porque o fez tanto pelos amigos como pelos inimigos.
Que
diferença entre este amor fiel e as outras formas de amor, falso e inconstante,
que encontramos no nosso pobre mundo! [...] Quem terá a certeza de, na
adversidade, continuar a ter muitos amigos, se o próprio Salvador, quando foi
preso, ficou só, abandonado pelos seus? Quando vos fordes embora, quem quererá
ir convosco? Se fôsseis rei, o vosso reino não vos deixaria partir só,
esquecendo-vos sem demora? A vossa própria família não vos deixaria partir, qual
pobre alma abandonada que não sabe para onde vai?
Aprendamos, pois, a
amar em todo o tempo como temos o dever de amar: a Deus acima de todas as
coisas, e a todas as coisas por causa dele. Porque todo o amor que não se
orienta para este fim – ou seja, para a vontade de Deus – é um amor
completamente vão e estéril. Qualquer amor que devotemos a um ser criado que
enfraqueça o nosso amor a Deus é um amor detestável e um obstáculo ao nosso
caminho para o céu. [...] Assim pois, uma vez que Nosso Senhor nos amou tanto
pela nossa salvação, imploremos-Lhe assiduamente a sua graça, não vá acontecer
que, em comparação com o seu grande amor, nos encontremos cheios de ingratidão.
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