Evangelho segundo S. João 8,21-30.
Naquele
tempo, disse Jesus aos fariseus: «Eu vou partir. Haveis de procurar-Me e
morrereis no vosso pecado. Vós não podeis ir para onde Eu vou». Diziam então
os judeus: «Irá Ele matar-Se? Será por isso que Ele afirma: ‘Vós não podeis ir
para onde Eu vou’?» Mas Jesus continuou, dizendo: «Vós sois cá de baixo, Eu
sou lá de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo. Ora Eu
disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditardes que ‘Eu
sou’, morrereis nos vossos pecados». Então perguntaram-Lhe: «Quem és Tu?»
Respondeu-lhes Jesus: «Absolutamente aquilo que vos digo. Tenho muito que
dizer e julgar a respeito de vós. Mas Aquele que Me enviou é verdadeiro e Eu
comunico ao mundo o que Lhe ouvi». Eles não compreenderam que lhes falava do
Pai. Disse-lhes então Jesus: «Quando levantardes o Filho do homem, então
sabereis que ‘Eu sou’ e que por Mim nada faço, mas falo como o Pai Me ensinou. Aquele que Me enviou está comigo: não Me deixou só, porque Eu faço sempre o
que é do seu agrado». Enquanto Jesus dizia estas palavras, muitos
acreditaram n’Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
15.º sermão sobre
a Paixão
«Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que "Eu
sou"»
Aquele que verdadeiramente venera a Paixão
do Senhor deve olhar de tal forma a Jesus crucificado com os olhos do coração,
que consiga reconhecer a sua própria carne na dele. [...] A nenhum doente será
recusada a vitória da cruz, e não há ninguém que não encontre socorro na oração
de Cristo; se ela aproveitou a muitos dos seus algozes, quanto mais não ajudará
os que se voltam para Ele?
Esta adopção da nossa natureza pela
divindade, graças à qual «o Verbo Se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14), a
ninguém exclui da sua misericórdia, a não ser a quem recusa a fé. Pois o homem
tem uma natureza comum com Cristo, se acolher Aquele que a assumiu e se tiver
sido regenerado pelo Espírito que O gerou. Além disso, podemos reconhecer as
nossas próprias fraquezas [...] naquele que «tomou a condição de escravo» (Fil
2,7). [...]
É nosso, aquele corpo sem vida que jazia no sepulcro
mas que ressuscitou ao terceiro dia, e que, elevando-se acima de todas as
alturas celestes, subiu até à direita da majestade do Pai. Se caminharmos pela
via dos seus mandamentos e se não tivermos vergonha de confessar tudo o que Ele
fez pela nossa salvação no rebaixamento da sua carne, também nós seremos
elevados até partilhar a sua glória. Porque aquilo que Ele anunciou cumprir-se-á
de forma deslumbrante: «Aquele que se pronunciar por Mim diante dos homens,
também Eu me pronunciarei por ele diante do meu Pai que está nos céus» (Mt
10,32).
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