PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Conhecimento
de Jesus Cristo
A
celebração da Páscoa é o centro da vida da Igreja, tanto no momento celebrativo
como na vida de fraternidade. A Quaresma passou por uma mudança do tradicional
para um moderno nada espiritual. Antes se acentuava muito o aspecto penitencial
perdendo o sentido dessa penitência como preparação para a Páscoa. Esse tempo
litúrgico tem um caráter sacramental, pois realiza o que simboliza. O texto da
oração da missa, coleta, dá três indicações para a vivência: “Ao longo desta
Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a
seu amor por uma vida santa”. O primeiro aspecto é sacramental que não se nota
no texto em português. Mas em latim se diz “sacramento da Quaresma”. Não é um
sacramento a mais, mas, vivendo bem a Quaresma, poderemos receber os frutos
espirituais como recebemos dos sacramentos. Todo o empenho da Quaresma redunda
em crescimento da vida cristã. Por isso, a oração da missa dá a primeira
indicação: “progredir no conhecimento de Cristo” (Ef 1,17) As penitências são ótimas, mas o
importante é crescer no conhecimento de Jesus Cristo. “Conhecendo-O, continua
Paulo, sabemos qual é a esperança que o seu chamado encerra, qual é a riqueza
da glória da sua herança entre os santos e qual é a extraordinária grandeza do
seu poder para nós, os que cremos” (Ef 1,18-19). A piedade popular é bonita, mas, se não conduz ao
conhecimento de Cristo Salvador, não sabemos o que celebrar na Páscoa. As
tentações de Jesus são uma escola para nós. Se não
fosse tentado, não seria o exemplo de como vencer a tentação. Nele fomos
tentados, Nele vencemos, diz S. Agostinho.
Corresponder
com a vida
Os evangelhos apresentam três tentações de Jesus.
Estas resumem em si todas as tentações possíveis ao ser humano. Se por um lado
temos o mal, por outro temos o caminho para vencer a tentação. Este caminho é proposto
pela oração da celebração: “Corresponder ao seu amor com uma vida santa”. A
vida santa é a vitória sobre a tentação através dos meios usados: viver da
Palavra de Deus (Lc
4,4), adorar e servir a Deus e não ao prazer (5); não tentar a Deus (12). Sintetizamos em
outros termos do ensinamento de Jesus: desapego e pobreza, pureza de coração e
amor, humildade e acolhimento. Ao pão respondemos com a Palavra de Deus; ao
prazer respondemos com o amor doação e ao poder, respondemos com a humildade
que vence todo orgulho. Vamos atravessar a onda de pecado que invade o mundo,
guiados pelo Espírito Santo que conduzia Jesus. A abertura ao Espírito é
condição fundamental para atravessar o deserto da Quaresma.
Produzir
Frutos
Continuando
a oração chegamos à sua conclusão: “Corresponder a seu amor por uma vida
santa”. Que santidade é proposta pela espiritualidade pascal? Na oração
pós-comunhão rezamos: “Dai-nos desejar
o pão vivo e verdadeiro e viver de toda palavra que sai de vossa boca”. Jesus é
a Palavra Viva encarnada cujas palavras são palavras de vida. Vivendo a Palavra
nas obras de caridade, oração e conversão, estamos correspondendo ao espírito
proposto para a Quaresma. O fruto será sempre a ressurreição com Cristo. Por
isso a Quaresma tem um modo sacramental. A celebração nos une ao futuro: “Celebrando
agora o mistério Pascal, nos prepararmos para a Páscoa definitiva” (prefácio). As
celebrações não só ritos, mas participação do mistério celebrado. É bom
escolher uma penitência, mas é bom também ouvir a Palavra, rezar e participar
das celebrações.
Leituras: Deuteronômio 26,4-10; Salmo 90; Romanos 10,8-13;Lucas 4,1-13.
1.
A Quaresma é preparação para a Páscoa. Ela nos estimula
a progredir no conhecimento de Jesus Cristo. A Quaresma tem um aspecto
sacramental, realiza o que simboliza. A piedade popular é boa, mas com o
conhecimento de Jesus. Foi tentado como nós. Nele somos tentados e Nele
vencemos.
2.
As três tentações de Jesus resumem todas as tentações e
são as mesmas que passamos: pão, poder e prazer. Vencemos pela Palavra, pela
humildade e pela adoração. Somos conduzidos pelo Espírito como Jesus.
3.
Corresponder a seu amor por uma vida santa, isto é,
viver a Palavra nas obras de caridade, oração e conversão. É bom escolher uma
penitência, rezar e participar das celebrações
Minha doce tentação
Não existe uma
tentação que seja difícil. Ninguém tem a tentação de pegar um peso na hora do
sol quente e subir um morro. Tentação é sempre agradável aos olhos, saborosa e
apta para a inteligência, como escreve a Bíblia sobre o pecado de Eva e Adão.
Somos
tentados, inclusive Jesus foi. Todas as tentações se resumem no que disse a
serpente à mulher: “Sereis iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal”, isto é,
vocês é que decidem o que é bem e o que é mal.
As
tentações se dirigem a três aspectos fundamentais da pessoa e envolvem tudo o
que possa significar recusa de Deus e opção pelo mal: pão, poder e prazer.
Vemos no mundo que a ganância, o orgulho e a sensualidade regem todas as
atitudes e sedes da pessoa humana. Jesus, com o poder de Messias, Filho de
Deus, Senhor do Universo era tentado a viver desse modo. Se formos analisar os
problemas do mundo, veremos que estão aí.
Deus
não obriga a nada, oferece o bom caminho e o modo de vencer a tentação, por
mais doce que ela seja. A nós compete vencer. Deus disse a Caim: “O pecado está
às portas, espreitando-te; mas tu deverás dominá-lo” (Gn 3,7).
Há
três remédios básicos para vencer a tentação. E Jesus os usa: A Palavra de
Deus, a humildade (não tentarás o Senhor, teu Deus), e a adoração. A primeira
leitura nos traz a profissão de fé do judeu fiel na qual reconheço os
resultados da escolha que Deus fez do povo. https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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