PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
João
Batista, um profeta
A temática do domingo do Advento é de João Batista. Ele está unido ao início do ministério de
Cristo. O Advento reflete sobre as duas vindas de Cristo. João, com sua
pregação, chama a atenção para a conversão e sobre a preparação para a vinda do
Reino que está próximo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”
(Mt 3,1). É um profeta diferente. Ele anuncia a presença do Messias: “Aquele
que vem depois de mim, é mais forte do que eu” (11). Vivemos um tempo litúrgico
que anima a ir ao encontro do Reino de Deus na pessoa de Jesus. O anúncio de
João é para a conversão, que significa mudança de mentalidade. Para acolher o
Reino é necessária uma cabeça nova. A novidade está na presença do Espírito
Santo. João é o exemplo. Pregava no deserto, lugar terrível sob todos os
aspectos. Ele próprio é um modelo de desapego total: Vestia roupa de pelos de
camelo e comia gafanhotos e mel silvestre (4). Era um homem que impressionava.
Jesus o admirava muito. Sua missão já está anunciada no profeta Isaias: “Esta é
a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai
suas veredas!” (3). João não profetiza no ar. Ele mostra o caminho. Ele é o
primeiro a estar vigilante e pronto para esse Reino. “Cingia-se com um cinto de
couro”. “Estejam cingidos vossos rins e tenham as lâmpadas acesas” (Lc 12,35
insiste Jesus. Sua pregação aos que o procuravam é própria dos tempos de
renovação total. É duro com os fariseus e saduceus que fabricaram idéias, mas
não os viviam. A meta é produzir frutos: “A árvore que não dá bom fruto será
cortada e jogada ao fogo” (Mt 3,10). Mesmo sendo duro, atrai o povo e os chefes
espirituais e políticos. João convoca à conversão e a um a batismo de
penitência. Quem não tiver consistência, não subsistirá: “Ele vai limpar sua
eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele queimará no fogo que não se
apaga” (12).
Concórdia
no Reino
O Espírito virá
sobre o Messias, com todos os seus dons: sabedoria, discernimento, conselho e
fortaleza, ciência e temor de Deus (Is 11,2). Ele julgará o interior.
Reconhecerá o humilde e o pacífico. Sua palavra é forte. Magnífica é a
descrição da concórdia e paz que haverá no seu Reino: “O lobo e o cordeiro
viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito, o bezerro e o leão
comerão juntos... a vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias
descansam juntas... a criança colocará a mão na toca da serpente” (6-8). O
motivo é a presença da Raiz de Jessé, o descendente de Davi, o Messias.
“Naquele dia a Raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; Hão de
buscá-lo as nações’ (9-10). A vida do Reino é totalmente diversa do mundo
agressivo em que vivemos. O Messias não é um enfeite de Natal. É o futuro da
humanidade. João entende a missão de Jesus e sabe de seu lugar: “Ele é mais do
que eu”.
Concórdia
na comunidade
Paulo conduz essa reflexão para a
comunidade. É necessário também criar a concórdia entre as pessoas: “Deus vos
dê a graça da harmonia e da concórdia, uns com os outros... tendo como que um
só coração, glorifiqueis a Deus... Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos
acolheu” (Rm 15, 5-7). A vinda do Reino é acolhida com a conversão que acontece
dentro da comunidade, no relacionamento entre as pessoas, no acolhimento. Todo
ensinamento de Jesus será fazer da comunidade de convertidos Reino de Deus que,
pelo acolhimento e concórdia, realizam-no .
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