Evangelho segundo S. Mateus 19,23-30.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Um rico
dificilmente entrará no reino dos Céus. É mais fácil passar um camelo pelo
fundo duma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Ao ouvirem estas
palavras, os discípulos ficaram muito admirados e disseram: «Quem poderá então
salvar-se?». Jesus olhou para eles e respondeu: «Aos homens isso é
impossível, mas a Deus tudo é possível». Então Pedro tomou a palavra e
disse-Lhe: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do
homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos
sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele
que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do
meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Muitos
dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Pedro Damião (1007-1072),
eremita, bispo, doutor da Igreja
Sermão 9; PL 1, 54-553
«Receberá cem vezes mais agora, no tempo presente» (Mc 10,
30)
Temos de viver desligados das coisas que
possuímos e da nossa própria vontade, se quisermos seguir Aquele que não tinha
«onde reclinar a cabeça» (Lc 9,58), e que não veio para fazer a sua vontade mas,
como Ele próprio disse, «a vontade daquele que Me enviou» (Jo 6,38). [...].
Conheceremos assim por experiência própria o que a Vontade promete a todo aquele
que tudo abandona e que caminha seguindo os seus passos: «Receberá cem vezes
mais agora [...] e no tempo futuro, a vida eterna» (Mc 10,30). De facto, o dom
do cêntuplo é um grande conforto para a nossa caminhada, e a posse da vida
eterna será a felicidade infinita na pátria celeste.
Mas o que é
este cêntuplo? É, muito simplesmente, o consolo do Espírito, que é doce como
mel, as visitas que Ele nos faz e os seus primeiros frutos. É o testemunho da
nossa consciência, é a feliz e muito alegre espera dos justos, é a memória da
bondade generosa de Deus, e é também, na verdade, a imensidão da sua doçura. Os
que experienciaram estes dons não precisam que deles lhes falemos; mas como
descrevê-los, por simples palavras, a quem não os conhece?
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