Foi em 1976. Duas mulheres estavam presas na delegacia de Ribeirão Bonito, no Mato Grosso. Súbito ouviram-se gritos que saíam da cadeia e se ouviam longe:
-Não me batam! Não me batam!
Eram elas que gritavam de dor e desespero, pois estavam sendo torturadas na prisão. Muita gente se alarmou. Também o bispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldaliga, e o Pe. João Bosco Burnier, que estavam visitando a cidade.
Inteirados do que se passava, foram até a delegacia. Tentou-se um diálogo sereno com os responsáveis do presídio, mas em vão. Quando o padre ameaçou que iria denunciar aquelas arbitrariedades, levou uma bofetada e, logo em seguida, um tiro de revólver na cabeça.
Tentaram-se todos os recursos para salvar-lhe a vida. Um táxi aéreo trouxe a vítima para Goiânia. Mas tudo em vão. A bala era explosiva e espalhou-se pelo cérebro. Morreu no dia seguinte, 12 de outubro, invocando o nome de Jesus. Plenamente lúcido até o desenlace, o mártir da caridade morreu perdoando e oferecendo a vida pelos índios e pelo povo sofrido.
Dias depois o povo revoltado pôs abaixo o prédio da delegacia, enquanto os culpados pelo assassínio tiveram que sair da cidade.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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