segunda-feira, 2 de junho de 2014

EVANGELHO DO DIA 2 DE JUNHO

Evangelho segundo S. João 16,29-33.
Naquele tempo, disseram os discípulos a Jesus: «Agora, sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação. Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!» Disse-lhes Jesus: «Agora credes? Eis que vem a hora e já chegou em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só, se bem que Eu não esteja só, porque o Pai está comigo. Anunciei-vos estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais, 20/01/1937 
«Anunciei-vos estas coisas para que, em Mim, tenhais a paz»
«Senhor Meu Deus, vejo como me é preciso ter paciência; porque esta vida é cheia de contradições. Jamais estará isenta de dores e de lutas, faça eu o que fizer para ter paz. – E é assim, meu filho; mas Eu não quero que procures uma paz sem tentações para vencer, sem contrariedades para sofrer. Acredita, ao contrário, que terás encontrado a paz quando tiveres sido trabalhado por muitas tribulações, e tentado por muitas contrariedades» («Imitação de Cristo», 3,12) […]. 
Como nos enganamos, por vezes, os que procuramos a verdadeira paz de Deus! […] É que, com frequência, o que procuramos não é a paz de Deus, mas a paz do mundo. […] Quando o mundo procura a paz, concebe-a assim: silêncio, quietude, amor sem lágrimas, muito egoísmo camuflado. O homem procura essa paz para descansar, para não sofrer; procura a paz dos homens, a paz sensível, aquela paz que o mundo representa num claustro sob o sol, com ciprestes e pássaros; aquela paz sem tentações e sem cruz. […] 
Hoje bendigo do mais fundo da minha alma este Deus que me ama tanto. […] Ele ama-me com as minhas misérias, os meus pecados, as minhas lágrimas e as minhas alegrias; Ele quer-me nessa paz de que nos fala Thomas de Kempis [em «A Imitação»]. […] Como Deus é grande! A paz da minha alma é a paz daquele que nada espera de ninguém. O que a alma espera neste mundo é apenas o desejo de viver unida à sua vontade; e essa espera é serena, na paz, apesar do triste cansaço de não ver ainda a Deus. Acompanhá-Lo na cruz custa por vezes lágrimas abundantes. Considerar que ainda temos uma vontade própria, tantas misérias, defeitos, pecados, não pode deixar de nos causar desgosto. […] Tudo é combate, dor, mas Jesus está no centro, pregado numa cruz, e encoraja a alma a prosseguir. No meio da batalha que deixamos no mundo, está Jesus, de rosto sereno, dizendo-nos: «Quem Me segue não andará nas trevas» (Jo 8,12). 

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