segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Ninguém tirará vossa alegria”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1378. Uma escolha que vale
            O Papa Francisco convidou a perceber a alegria do Evangelho. A Palavra evangelho significa notícia boa e alegre. A alegria da notícia não é saber algo novo, mas encontrar-se com uma Pessoa que é a novidade da vida. Deus vem ao encontro de cada um não como um Deus que se faz difícil de encontrar, mas que entra em nossa vida apenas damos sinal que O aceitamos. Esta escolha vale a pena. Jesus Cristo não é um estraga prazer, mas um promotor da grande festa da Vida que Ele inaugurou com Sua Encarnação e completou com Sua Ressurreição. O maior testemunho de Sua presença feliz foi o próprio povo que, já cansado da religião repressora dos fariseus e mestres da lei, vê em Jesus a novidade de Deus. O povo corria feliz atrás Dele, esquecendo-se até de comer. Para sua alegria era saciado com o pão multiplicado (Mt 14,20); era curado de seus males; era aliviado das pressões do mal que chamavam de possessão diabólica; era acariciado em sua carência. Todos queriam tocá-Lo, pois Dele saia uma força que curava a todos (Lc 6,19). Sua morte foi uma decepção sem limites para Seus discípulos. Passados três dias, ei-Lo presente no meio deles. Em sua alegria não podiam acreditar. Pediu então que Lhe dessem algo para comer. Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o comeu diante deles (Lc 24,43). Nem podemos imaginar a intensidade de sua alegria. Sua partida para junto do Pai na Ascensão não consistiu em uma separação, pois declarou: “Eu estarei convosco todos os dias até à consumação dos tempos” (Mt 28,20). Esta alegria entra em nossa vida quando fazemos a escolha de Jesus Cristo como fonte da alegria. Esta é o humor da Santíssima Trindade. Por isso reza o salmo: “Subirei ao altar de Deus, ao Deus que é minha grande alegria” (Sl 43,4). Não é uma questão de idade, mas do espírito alegre que Sua presença gera.
1379. Serviço da alegria
            O provérbio diz que o palhaço salva o espetáculo, não por ser palhaço, mas porque infundi a alegria que supera as deficiências do espetáculo. Não precisamos ser palhaços, mas cada um pode, em suas atividades, contribuir para que as pessoas fiquem felizes e alegres. A verdade não tem cara brava. A verdade tem o humor que dê o prazer de praticá-la. Vemos que se confunde azedume com verdade. A verdade não é opressiva. Nós podemos ser. Jesus disse toda a verdade do Reino e só trouxe alegria e entusiasmo. Foi opositor somente do mal do orgulho e da prepotência que tirava a alegria de viver. Podemos colocar um princípio em nossas atividades: Nossa missão é transmitir alegria. Mesmo que a função seja de correção, esta deve conduzir à alegria da cura, da vida correta e de um caminho melhor. O castigo deve produzir alegria. Ajuntam-se mais abelhas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre. Isaac, o primeiro filho do povo de Deus, significa “Deus me deu motivo para rir. E todo o que ouvir, rirá comigo”  disse Sara (Gn 21,6).
1380. Alegres na esperança
            Deus é um Deus feliz e alegre. Não vemos imagens de Jesus sorridente. Isso reflete a ideia de darmos mais atenção ao pecado que à graça. Santos dizem que Jesus não ria, só sorria. Não dá para concordar. A esperança que alimenta nosso coração não é algo distante, mas já temos o que esperamos pela fé. Que todos nos vejam felizes e alegres pelo bem que vivemos e anunciamos. A esperança não é só um jeito próprio da pessoa, mas nasce da alegria do Ressuscitado naquela manhã de Páscoa. É a alegria de viver a ventura de um Céu que nos preenchera na totalidade. É alegria de todos que se amam como irmãos e filhos do mesmo Pai.

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