segunda-feira, 12 de maio de 2025

Santos Nereu e Aquileu(Aquiles), mártires, na via Ardeatina

O martírio destes dois soldados romanos passou para a história com o Papa São Dâmaso, que, no século IV, escreveu uma epígrafe, em sua homenagem, revelando a sua identidade. Assim, ele transmitiu esta triste história à posteridade. 
Conversão, obra da glória de Cristo 
Nereu e Aquiles eram pretorianos, ou seja, guardas militares romanos, que têm a tarefa especial de proteger de perto o imperador. Neste caso específico, provavelmente serviram Diocleciano, por cujas mãos morreram anos depois. Em certo momento, cansados de cumprir ordens de morte e de obedecer apenas por medo das consequências, os dois Santos soldados foram iluminados pela glória de Deus e, finalmente, abriram os olhos. Assim, desertaram, abandonaram seus escudos, as armaduras e seus dardos sujos de sangue. 
Translado das relíquias, entre lendas e realidade 
Não se sabe muito sobre a morte destes dois mártires, exceto o fato de que terem sido decapitados, por volta do ano 304, precisamente sob o império de Diocleciano. Desde então, foram venerados em uma basílica paleocristã, nas Termas de Caracala. Seus restos mortais foram enterrados no cemitério de Domitila, ao longo da Via Ardeatina. Segundo uma lenda, o martírio destes dois soldados era coligado ao de Santa Domitila, sobrinha do imperador Domiciano. A memória litúrgica dos Santos Nereu e Aquiles é celebrada, precisamente, no dia do translado das suas relíquias.
Santos Nereu e Aquiles 
Etimologicamente os nomes "Aquiles" e "Nereu", de origem grega, significam respectivamente "força" e "me pertence". Irmãos, ambos eram soldados servindo junto ao tribunal militar durante o governo do imperador Diocleciano. Tempo de grandes ataques contra os seguidores de Cristo. No entanto, quanto mais aumentava o martírio, tanto mais florescia o cristianismo revestido com a força do testemunho vivo da verdade cristã. Aquiles e Nereu eram soldados que se encontravam em meio a espadas, sangue e guerra quando converteram-se ao cristianismo. Diante disso, o dilema que se lhes apresentava não era fácil: se por um lado, renegassem sua fé e adorassem os ídolos, se livrariam da morte. Por outro, se abandonassem o exército, seriam mortos, já que as regras militares eram muito rigorosas nesse sentido. Inflamados, porém, pela lembrança de Jesus Crucificado e das convicções que lhes enchia o coração, não era difícil prever o inevitável desenlace por amor a Deus e à Igreja. Cumpriam perfeitamente com seu dever de militares, mas passaram a se apresentar como dois jovens fervorosos, fazendo orações ao Deus dos cristãos, tornando-se comunicadores exemplares da Palavra de Deus. Finalmente decidiram abandonar o exército. Não tardou que fosse decretado o exílio na ilha de Ponza, onde permaneceram ambos a serviço de Flávia Domitila, sobrinha do cônsul Flávio Clemente, com a qual partilharam as tribulações advindas pelas ordens imperiais. O historiador Eusébio diz que esta nobre dama de Roma fora enviada ao desterro por ordem de Domiciano porque também proclamara sua fé em Jesus Cristo. Segundo São Jerônimo "o exílio foi tão cruel e longo que isto por si só já lhes serviria de martírio". Foram condenados à morte, entregando gloriosamente a alma pelo fogo e pela espada. O Papa São Dâmaso escreveu no ano 400 a seguinte inscrição na tumba dos dois mártires: "Nereu e Aquiles pertenciam ao exército do imperador. Porém, se negaram a cumprir certas ordens que a eles pareciam cruéis. Ao converter-se ao cristianismo abandonaram toda violência e preferiram ter que abandonar o exército antes que ser cruéis com os outros. Proclamaram seu amor a Cristo nesta terra e agora gozam da amizade de Cristo na eternidade". O Sepulcro dos santos conserva-se no cemitério de via Ardeatina, onde há uma Basílica edificada em sua honra.

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